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Coluna do Astrônomo

Características Externas dos Meteoritos

A grande maioria dos meteoritos encontrados são pretos e mais pesados que as pedras terrestres. Isso ocorre porque apresentam grande quantidade de ferro e níquel em sua composição.

Existem três tipos básicos de meteoritos: os sideritos, compostos basicamente de ferro e níquel, algo em torno de 98%, os aerolitos, compostos de rochas, e os siderolitos, compostos de rocha, ferro e níquel.

As pessoas que encontram um meteorito, em geral procuram pedras negras e pesadas, que destoam das rochas do local. Mostraremos, abaixo, algumas características que podem ser observadas sem auxílio de instrumento, não oferecendo detalhes.

Os meteoritos apresentam as formas mais variadas, dependendo basicamente de sua estrutura original e de sua entrada na atmosfera. Freqüentemente são encontradas formas piramidais e cônicas, porém os pequenos meteoritos são predominantemente irregulares.

Alguns meteoritos, devido a sua posição ter se mantido constante durante a passagem pela atmosfera, nos mostram dois lados bem distintos. São os meteoritos orientados, muito raros, que estatisticamente compõem apenas 5% do total de meteoritos rochosos e 30% dos meteoritos ferrosos encontrados.

Todos os meteoritos que foram recuperados pouco tempo depois de sua queda, apresentam em sua superfície uma crosta de fusão, uma fina camada preta, que contrasta com a cor encontrada em seu interior. Essa camada é normalmente muito fina, em geral com menos de 1 mm de espessura, podendo algumas vezes chegar a poucos milímetros, sendo mais fina na parte da frente que na parte detrás do meteorito.

A crosta pode ser perdida rapidamente na superfície da Terra devido a vários fatores atmosféricos, como, por exemplo, ações das chuvas e dos ventos. No caso dos meteoritos ferrosos, principalmente, a perda da crosta deve-se à oxidação do ferro.

Além da crosta, na superfície de alguns meteoritos são observadas algumas depressões suaves, que, para um observador, parece ter sido esculpida com os dedos, como se faz com massa de modelar: são os regmalitos. Essas depressões são provocadas pela presença, próximo à superfície do meteorito, de nódulos de minerais com ponto de fusão muito baixo, ou seja, que derretem em uma temperatura muito menor que a dos demais componentes do meteorito. Durante a entrada na atmosfera, o processo de ablação faz com que os nódulos derretam e, assim, sejam esculpidas as depressões.

Falemos de tamanhos de meteoritos. É necessário que fique bem claro que, provavelmente, não se consegue recuperar todos os pedaços de um meteorito, no caso de uma fragmentação. Além disso, o meteorito original passou pela atmosfera, o que afeta sua forma.

Temos meteoritos de vários tamanhos, desde os micrometeoritos, de dimensões que não chegam a um décimo de milímetro e caem na superfície terrestre numa taxa média de 10.000 toneladas anuais, passando por pequenos fragmentos de décimos de milímetro até alguns centímetros, até grandes meteoritos, com alguns metros. Estes últimos podem ser observados em museu, como, por exemplo, o Bedengó, maior meteorito brasileiro que se encontra em exposição permanente no Museu Nacional do Rio de Janeiro.

Apenas essas características não são suficientes para caracterizar um meteorito. Vários testes são feitos e só depois de um resultado conclusivo é que se cataloga o objeto encontrado. Porém, graças a essas características é que pessoas na tentativa de encontrar pedras interessantes ajudam os cientistas a obter novos tipos de meteoritos e, assim, novas pesquisas podem ser realizadas com o intuito de conhecer mais sobre a composição da nuvem primordial que originou o Sistema Solar.

Este é o sexto texto de uma série sobre meteoritos.

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Cometa McNaught (C/2006 P1)

O cometa descoberto em agosto de 2006 pelo astrônomo australiano Robert H. McNaught fez um grande espetáculo no hemisfério norte, e agora começa a se mostrar para nós aqui do hemisfério sul.  Prever o brilho de um cometa ainda é temerário, e este surpreendeu com seu aumento de brilho logo que se aproximou do Sol, quando foi possível vê-lo em plena luz do dia.

A melhor maneira de ver o McNaught nos próximos dias (até 18/01 aproximadamente) será próximo ao poente (19h47min, horário de verão), logo assim que o Sol se põe, como um ponto luminoso seguido de uma cauda em “V”, com comprimento equivalente a duas Luas cheias. À medida que os dias passam, ele se afasta do Sol e seu brilho diminui, pondo-se lentamente mais tarde a cada dia.  Este astro se mostrará à noite em pouco mais de uma semana, porém estará cada vez menos brilhante deixando de ser visível a olho nu antes de terminar a primeira semana de fevereiro (se seu brilho continuar a se comportar como o previsto).

O observador deve ficar atento, pois o comportamento deste cometa faz com que de uma noite para outra possa haver uma variação de brilho considerável.  Provavelmente, as melhores noites de observação serão poucas; toda oportunidade será preciosa.  No final da próxima semana, será necessário um binóculo ou pequeno telescópio, além de uma carta celeste, para distinguir o McNaught entre as estrelas.

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O “Décimo” Planeta e a Importância das Aspas

Recentemente, foi noticiada a descoberta de um corpo maior que Plutão e que seria o “décimo” planeta do Sistema Solar. Esse corpo recebeu, temporariamente, o nome 2003 UB313. É interessante analisarmos com cuidado essa notícia e repararmos em um detalhe sutil no que diz respeito à sua divulgação.

Antes de mais nada: não existe um décimo planeta! Temos ainda no Sistema Solar nove planetas, e devemos nos dar por satisfeitos, porque se Plutão fosse descoberto hoje também não seria considerado um planeta. Quem decide o que é planeta ou não é uma entidade chamada União Astronômica Internacional1.

Em 1951, o astrônomo Gerard Kuiper sugeriu que pequenos corpos deveriam ser encontrados em órbitas maiores que a órbita de Netuno, em uma região que mais tarde seria batizada de Cinturão de Kuiper. Sua teoria baseava-se na idéia de que o disco de matéria que formou os planetas do Sistema Solar não deveria ter um limite muito bem definido, mas sua densidade provavelmente ia diminuindo gradativamente do centro para as regiões externas.

O Cinturão de Kuiper foi teoria até o ano de 1992, quando se teve a primeira evidência observacional. Plutão foi descoberto em 1930, quando não havia ainda a idéia de Kuiper; por isso o consideramos planeta. Se Plutão fosse descoberto hoje, não seria classificado como planeta, mas como um objeto do cinturão de Kuiper, assim como Sedna, Quaoar, o recém-descoberto 2003 UB313, e muitos outros.

Os corpos do Cinturão de Kuiper formam um grupo muito característico de objetos que merece uma classificação à parte. Rochosos, pequenos e gelados, esses corpos formaram-se em condições diferentes das condições em que se formaram os planetas do Sistema Solar.

O site da Agência Espacial Norte-Americana (NASA) divulgou a notícia sob o título: Descoberto “10o Planeta”. A revista ‘Sky&Telescope’ utilizou: Astrônomos Descobrem “10o Planeta”. Aqui no Brasil, a notícia circulou sob títulos semelhantes, mas em alguns veículos de comunicação, com grande circulação nacional, não houve o cuidado de se colocar a expressão “10º Planeta” entre as imprescindíveis aspas. Não foi um descuido apenas nosso, muitos sites americanos e europeus também cometeram essa sutil e grave falha.

Com o tempo, melhoram as tecnologias para aquisição de imagens astronômicas e podemos enxergar objetos cada vez menores e cada vez mais distantes. Sem dúvida ainda teremos muitas outras descobertas de objetos do Cinturão de Kuiper, que poderemos chamar, com o devido cuidado, de “planetas”. Sempre entre aspas.

1- Esse texto foi escrito na época da descoberta de 2003 UB313, em 2005 (quando foi confirmada a existência desse objeto em fotografias obtidas em 2003). O texto já deixa claro que existem diferenças marcantes entre planetas e objetos do cinturão de Kuiper, e adverte o leitor de que Plutão não seria considerado planeta se sua descoberta tivesse sido recente. Um ano depois, em 24 de agosto de 2006, a União Astronômica Internacional criou a nova categoria planetas-anões, na qual foram classificados Plutão, 2003 UB 313 e outros corpos. Leia sobre essa nova classificação no Sistema Solar no artigo “Plutão e Sua Nova Família”. Poucos dias depois, 2003 UB313 foi batizado oficialmente de Éris.

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O Sol: Um Reator Nuclear

Por Sergio Freitas

Uma grande parte das fontes naturais de energia com que contamos deriva da energia que recebemos do Sol. É este o responsável pelas energias eólica e hidráulica, para citar alguns exemplos.

Mas, afinal, o que é que o nosso planeta recebe do Sol? Recebe, basicamente, radiação eletromagnética, além de um influxo de partículas (principalmente prótons) que pouco tem a ver com o tema em questão.

A superfície da Terra, contudo, não recebe toda a radiação que o Sol nos envia, pois a nossa atmosfera absorve boa parte dela. A camada atmosférica bloqueia raios-X, parte dos raios ultravioleta, e partes diversas da radiação infravermelha. Não fosse esta absorção, particularmente a dos raios-X e ultravioletas, o Sol, fonte da vida, seria a fonte da morte…

A radiação que o Sol emite sai da sua “superfície”; sai de uma fina camada periférica com poucas dezenas de quilômetros de espessura. Sai, mas não nasce ali; ela resulta de processos altamente complexos que se desenvolvem no seu interior.

O Sol é uma imensa massa esférica gasosa, com cerca de dois octilhões de toneladas, e com um diâmetro de 1.391.000 quilômetros. Uma vez que, devido à gravitação, todas as partícluas constituintes de uma massa são atraidas para o centro desta, é óbvio que a densidade do Sol cresce com a proximidade ao centro.

Com efeito, nas regiões centrais, a densidade chega a cerca de 160 ou 180 gramas por centímetro cúbico (a densidade do chumbo é cerca de 11, nas mesmas unidades). Apesar deste alto valor, a matéria continua a ser gasosa; se,por milagre, desaparecescem as camadas exteriores (e o seu respectivo peso), a expansão da matéria central seria intantânea. ocorreria uma explosào inimaginável.

Ora, como é sabido, à medida que um gás vai sendo comprimido, a sua temperatura sobe. Assim, a temperatura nas regiões centrais do Sol deve ser altíssima. De fato é: atinge cerca de 14 milhões de graus. A temperaturas desta ordem, os átomos são completamente ionizados e perdem os seus elétrons, pois a imensíssima maioria dos átomos presentes é de hidrogênio (que, normalmente, só tem um próton).

Por outro lado, à medida que um gás é aquecido, suas partículas agitam-se cada vez mais. Daí que o gás exerce uma pressão para fora, cada vez maior. Estamos, pois, diante de uma tendência ao equilíbrio: a gravitação atraindo para o centro, e a pressão, agindo ao contrário, isto é, “empurrando” o gás para fora.

A movimentação das partículas é cada vez mais rápida, à medida que a temperatura aumenta. Porém, a densidade é enorme, como vimos. Deste modo, embora a velocidade das partículas seja altíssima, o espaço a percorrer é infimo. É tudo muito “apertado”…

Ora, em tais condições, é de se esperar que ocorram algumas colisões entre as partículas. Há, porém, um importantíssimo aspecto a considerar: quase todas as partículas são prótons, e, como é sabido, prótons repelem prótons (são de carga elétrica positiva).

Por aí podemos ver que as colisões entre prótons só podem ocorrer quando as velocidades são altíssimas, e estas só ocorrem onde as temperaturas também são altíssimas, ou seja, nas regiões próximas ao centro do Sol.

Além de colidirem ocasionalmente, os prótons ainda mais raramente interagem entre si. As reações termonucleares, às quais a estrela deve a geração de sua energia, processam a interação de quatro prótons (núcleos de átomos de hidrogênio), convertendo-os em um núcleo de átomo de hélio (composto de dois prótons e dois neutrons, e chamado de partícula alfa).

A massa desta nova partícula formada (alfa) é menor do que a soma das massas dos quatro prótons que interagiram. Esta massa que “desapareceu” foi convertida em energia (de acordo com a Relatividade de Einstein). É interessante observar que nesta conversão de matéria em energia, o Sol aniquila 4 milhões de toneladas de matéria, em cada segundo!

Toda energia é emitida pelas regiões centrais em forma de radiação eletromagnética: são os raios-gama, altíssimamente energéticos.

As reações nucleares, portanto, são realmente as responsáveis pela produção desta incrível energia. E agora, o que acontece? Os raios-gama têm que atravessar o Sol, do centro à “superficie”.

Este processo, por incrível que possa parecer, leva alguns milhões de anos. A radiação colide com elétrons, interfere com radiações térmicas locais e vai se degradando – vai perdendo energia. Depois de percorrer, acidentalmente, e não em linha reta, cerca de oito décimos do raio, a energia já degradada é transportada até a fotosfera (a superfície aparente) juntamente com as próprias massas gasosas (como um vento quente transporta a energia térmica com o próprio deslocamento de ar).

A este tipo de transporte de energia damos o nome de convecção. Em cerca de dois ou três meses, a convecção leva a energia até a fotosfera, percorrendo os dois décimos finais do raio.

O que chega à fotosfera é justamente o que ela emite; é a radiação a que nos referimos no início. É a que chega ao topo da atmosfera da Terra.

Assim, a energia efetivamente produzida é nuclear (raios-gama), e todo o resto é degradação.

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Plutão e Sua Nova Família

O dia 24 de agosto de 2006 é um marco na história da Astronomia. Há alguns anos, como conseqüência do aperfeiçoamento das técnicas observacionais, vários corpos pequenos e distantes, semelhantes a Plutão, foram descobertos no Sistema Solar.

Esses novos corpos foram classificados como Objetos Transnetunianos, por se localizarem após a órbita de Netuno. Dentre os transnetunianos estão corpos pequenos, como cometas e asteróides, e outros um pouco maiores, semelhantes a Plutão.

A tendência é descobrirmos cada vez mais objetos nessa região que deve ser povoada por milhares de corpos. O fato de alguns transnetunianos terem tamanhos semelhantes ao de Plutão, levantou a questão de esses corpos serem também considerados planetas. A discussão se acirrou após a descoberta do transnetuniano 2003UB 3131, popularmente conhecido como Xena, que se mostrou ainda maior que Plutão.

É interessante lembrar que a partir do Sol temos os chamados planetas rochosos – Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, seguidos pelos planetas chamados gigantes gasosos – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Depois de Netuno, conhecíamos também Plutão, um corpo rochoso e pequeno, localizado na região do Sistema Solar dominada por planetas gigantes e gasosos…

Mas então foram observados os outros objetos semelhantes a Plutão no Sistema Solar. E o que fazer? Classificar esses objetos também como planeta, ou criar uma nova classificação para Plutão e seus companheiros semelhantes? Essa discussão surgiu porque não havia uma definição clara de planeta.

A discussão perdurou durante algum tempo no meio astronômico. Alguns, incluindo os descobridores de 2003 UB 313, defendiam aumentar o número de planetas do Sistema Solar. Nesse caso, o número de planetas tenderia sempre a aumentar, uma vez que sempre poderíamos descobrir mais objetos pequenos e distantes, como Plutão. Outros defendiam a mudança da categoria de Plutão, que deveria ser classificado de alguma outra maneira, junto com os transnetunianos semelhantes a ele.

A questão só poderia ser resolvida pela União Astronômica Internacional (IAU – sigla em inglês de International Astronomical Union ), uma entidade que, entre outras atribuições, faz a regulamentação de nomenclaturas, classificações e definições utilizadas na Astronomia. Durante a vigésima sexta reunião da IAU, na qual diversos assuntos foram discutidos, o problema de Plutão e seus companheiros foi resolvido.

No dia 24 de agosto de 2006, a União Astronômica Internacional publicou resoluções criando duas novas categorias de objetos do Sistema Solar: Planetas Clássicos e Planetas Anões. Plutão passa a ser planeta anão, e os outros planetas do Sistema Solar, planetas clássicos.

Segue abaixo tradução de parte das resoluções publicadas pela IAU, a respeito dessa mudança de classificação de alguns corpos do Sistema Solar.

RESOLUÇÕES

Resolução 5A é a definição essencial para o uso da palavra “planeta” e termos relacionados utilizados pela IAU. Resolução 5B adiciona a palavra “clássicos” para o nome coletivo dos oito planetas de Mercúrio até Netuno.

Resolução 6A cria para o uso da IAU uma nova classe de objetos, para a qual Plutão é o protótipo. Resolução 6B introduz o nome “objetos plutonianos” para essa classe. (Aqui a resolução continua com uma definição de plutoniano do dicionário Merriam-Webster. Em português, o Dicionário Houaiss da Língua Portuguesa, de 2001, define plutoniano como “relatrivo ao deus Plutão ou ao planeta de mesmo nome”.)

Após ter recebido informações de muitos lados – especialmente da comunidade geológica – o termo “Plúton” não será mais considerado.

Resolução da IAU: Definição de um Planeta no Sistema Solar

Observações contemporâneas estão mudando nosso entendimento de sistemas planetários, e é importante que nossa nomenclatura para os objetos reflita nosso entendimento corrente. Isso se aplica, em particular, para a designação ‘planetas’. A palavra ‘planeta’ originalmente descrevia ‘viajantes’, que eram conhecidos apenas como luzes que se deslocavam no céu. Descobertas recentes nos levam a criar uma nova definição, o que pode ser feito utilizando-se informações científicas disponíveis.

RESOLUÇÃO 5A.

A IAU resolve que planetas e outros corpos no nosso Sistema Solar são definidos em três categorias distintas da seguinte maneira:

(1) Um planeta 1 é um corpo celeste que (a) está em órbita ao redor do Sol, (b) tem suficiente massa para que sua própria gravidade se sobreponha a forças de corpo rígido de maneira que ele mantenha uma forma (aproximadamente redonda) em equilíbrio hidrostático, e (c) tem a vizinhança em torno de sua órbita livre.

(2) Um planeta anão é um corpo celeste que (a) está em órbita ao redor do Sol, (b) tem suficiente massa para que sua própria gravidade se sobreponha a forças de corpo rígido de maneira que ele mantenha uma forma 2 (aproximadamente redonda) em equilíbrio hidrostático, (c) não tem a vizinhança em torno de sua órbita livre, e (d) não é um satélite.

(3) Todos os outros objetos 3 orbitando o Sol serão referidos coletivamente como “Pequenos Corpos do Sistema Solar”.

1 Os oito planetas são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

2 Um processo da IAU será estabelecido para designar objetos incertos na categoria de planeta anão ou outras categorias.

3 Esses atualmente incluem a maioria dos asteróides do Sistema Solar, a maioria dos Objetos Transnetunianos (TNOs), cometas e outros corpos pequenos.

RESOLUÇÃO 5B.

Insira a palavra “clássico” após a palavra “planeta” na resolução 5A, Sessão (1), e nota de rodapé 1. Assim lê-se:

(1) Um planeta clássico 1 é um corpo celeste…

e

1 Os oito planetas clássicos são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

RESOLUÇÃO DA IAU: Plutão

RESOLUÇÃO 6A.

A IAU adiante resolve:
Plutão é um planeta anão pela definição acima e é reconhecido como o protótipo de uma nova categoria de objetos transnetunianos.

RESOLUÇÃO 6B.

A seguinte sentença se soma à Resolução 6A:
Essa categoria deve ser chamada de “objetos plutonianos”.

1- Em 14 de setembro de 2006, a IAU retira o nome 2003 UB313, e esse objeto passa a se chamar Éris, deusa grega da discórdia e da contenda. Bom nome para um astro que gerou divisão na comunidade astronômica, não acha? Seu satélite fica batizado de Disnomia. A resolução da IAU pode ser lida em
http://www.iau2006.org/mirror/www.iau.org/iau0605/index.html (em inglês)

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O Sistema Solar

 

Ao contemplarmos o céu noturno, notamos que existem alguns astros que não cintilam como as estrelas e se encontram próximos à eclíptica – o caminho que vemos o Sol percorrer durante o ano. Em uma observação mais demorada, iremos notar, com o passar dos dias, que eles se deslocam em relação às estrelas. A estes astros damos o nome de planetas.

Desde a Antiguidade são conhecidos cinco planetas (são vistos à vista desarmada): Mercúrio, Vênus, Marte, Júpiter e Saturno. Posteriormente foram acrescentados mais três planetas (estes só vistos com o auxílio de telescópios): Urano, Netuno e Plutão (este último recebeu uma nova classificação a partir de 2006 – ver mais detalhes mais adiante). A Terra completa a lista destes “astros errantes”.

O movimento aparente dos planetas e das estrelas no céu levou o homem antigo a pensar que a Terra era o centro do Universo. Foram então elaborados modelos que explicavam a “harmonia” da esfera celeste. O mais influente desses modelos ficou conhecido como Ptolomaico, por ter sido idealizado por Ptolomeu, no século II depois de Cristo.

Esse modelo parecia explicar bem o Universo até serem feitas observações mais apuradas no século XV, quando o astrônomo polonês Nicolau Copérnico “transferiu” o centro para o Sol e tornou a Terra apenas mais um planeta a girar em torno deste astro.

Hoje sabemos que também o Sol não está no centro do Universo, ele é apenas mais uma entre as 200 bilhões de estrelas, aproximadamente, que giram ao redor do centro de nossa galáxia, a Via Láctea. Esta por sua vez também não está no centro do Universo.

Origem do Sistema Solar

A teoria mais aceita, atualmente, foi elaborada em 1948 por Fred Hoyle e Hannes Alfren. Supõe que o Sistema Solar teve origem numa grande nuvem de gás e poeira de onde foram expelidos anéis de matéria gasosa, a partir dos quais se formaram os planetas, dando lugar ao nosso sistema planetário atual.

Esta teoria permite manter a tese da origem conjunta do Sol e dos planetas, explicando como os processos físicos ocorreram e como os anéis desprendidos do núcleo central puderam atingir pontos tão distantes do centro da órbita de Netuno. A nuvem de gás girava em torno de seu centro. Depois de um certo tempo (cerca de 100 milhões de anos), essa nuvem começou a esfriar e a contrair-se, fazendo com que ela girasse ainda mais depressa.

Esta rotação criou os anéis que, mais tarde, por sua vez, se resfriaram e se contraíram, formando os planetas, os satélites, os asteróides e os cometas. Enquanto isso, o centro da nuvem se contraía, dando origem ao Sol.

Movimento Planetário

O movimento dos planetas é regido pelas três leis de Kepler, descobertas pelo astrônomo Johannes Kepler, no século XVII. São elas:

1ª lei: as órbitas dos planetas são elipses, com o Sol ocupando um dos focos.
2ª lei: o raio vetor que une o planeta ao Sol varre áreas iguais em iguais períodos de tempo, ou seja, quanto mais próximo o planeta estiver do Sol mais rápido ele caminha.
3ª lei: a razão entre o quadrado do período e o cubo do semi-eixo maior da órbita dos planetas é constante.

Esta última lei é um caso particular da lei da gravitação universal de Newton.

Principais Características dos Astros do Sistema Solar

Sol

O Sol é uma estrela amarela, com uma idade estimada de cinco bilhões de anos. Como as outras estrelas, sua forma é esférica (achatada nos pólos) e é composto de gases, principalmente hidrogênio (75%) e hélio (23%). Todos os outros elementos encontrados aqui na Terra estão presentes, também, no Sol (como ouro, carbono, etc.), completando a composição química dele.

Seu tamanho é imenso se o compararmos aos planetas. Em seu interior poderíamos colocar mais de um milhão de planetas Terra.

A luz que é produzida em seu núcleo leva cerca de um milhão de anos para deixá-lo, pois não sai diretamente, encontrando obstáculos até a superfície. Uma vez na superfície, a luz leva somente 8 minutos e 20 segundos para chegar à Terra, percorrendo, aproximadamente, os 150 milhões de quilômetros que separam nosso planeta do Sol.

A superfície solar é turbulenta, apresentando com freqüência manchas solares, labaredas, jatos de matéria e outros violentos fenômenos provocados pelos fortes campos magnéticos locais.

Em seu núcleo, as temperaturas chegam a 15 milhões de graus, permitindo que ocorram reações nucleares que são a fonte de energia do Sol. Nestas reações, quatro núcleos de hidrogênio são transformados em um núcleo de hélio. Entretanto, a massa de um núcleo de hélio é menor que a de quatro núcleos de hidrogênio. Esta diferença de massa é totalmente convertida em energia. A cada segundo o Sol perde quatro milhões de toneladas de matéria transformada em energia.

Mercúrio

Por ser o planeta mais próximo do Sol é o mais rápido. Os antigos lhe deram o nome em homenagem ao mensageiro dos deuses.

Apesar de ser o planeta mais próximo do Sol, não é o mais quente. Devido à ausência de atmosfera, não há distribuição de calor. Assim, os dias em Mercúrio apresentam temperaturas elevadíssimas, em torno de 400ºC, enquanto nas noites as temperaturas caem a extremos de -170ºC.

Mercúrio é menor que Ganimedes e Titã, satélites de Júpiter e Saturno, respectivamente, mas com massa maior que a deles. Apesar do tamanho, só não é mais denso que a Terra. No seu interior há um núcleo de ferro com diâmetro aproximado de 3.600km.

Este planeta foi explorado pela nave espacial Mariner 10, em 1974. As fotografias então obtidas, mapeando 45% do planeta, mostraram ser a superfície de Mercúrio muito semelhante à da Lua, toda coberta por crateras. Além disso, não possui atmosfera, nem placas tectônicas.

É um planeta de difícil observação por estar sempre muito próximo do Sol.

Vênus

Vênus recebeu o nome da deusa da beleza e do amor, e é também conhecido como Estrela D´Alva, estrela Vespertina ou, ainda, estrela Matutina. É quase do tamanho da Terra e foi descrito muitas vezes como planeta gêmeo da Terra, embora, como veremos mais adiante, o tamanho é uma das poucas características que os dois planetas têm em comum.

Sua órbita é a mais circular do Sistema Solar. É o astro mais brilhante, depois do Sol e da Lua, e facilmente se observa suas fases (Galileu observou estas fases e deu um impulso à teoria heliocêntrica de Copérnico).

Apesar de sua proximidade da Terra, a superfície deste planeta permaneceu misteriosa por muito tempo, obscurecida pelas densas nuvens, até que as sondas espaciais pudessem ser enviadas.

Este é o planeta mais quente do Sistema Solar. Nele ocorre o chamado efeito estufa, que mantém a temperatura deste planeta em torno de 470ºC. Este efeito pode ser descrito da seguinte maneira: o calor proveniente do Sol atravessa as nuvens, chega até a superfície de Vênus, é refletido e, quando vai escapar do planeta, encontra novamente as nuvens que formam uma barreira, aquecendo-o. Na superfície de Vênus, metais como o chumbo estariam na forma líquida.

A pressão atmosférica é imensa. Um astronauta em sua superfície seria rapidamente esmagado, pois sentiria uma pressão equivalente à sentida por um mergulhador a 1.000 metros de profundidade no oceano.

Possui um núcleo de ferro com cerca de 600km de diâmetro, coberto por um manto rochoso de matéria derretida.

Uma de suas características marcantes é o movimento retrógrado, ou seja, contrário dos demais (lá o Sol nasce a oeste e se põe a leste).

A primeira sonda a visitá-lo foi a Mariner 2, em 1962. Mais de 20 sondas já estiveram lá até hoje. A nave Magalhães (lançada em 1989) mapeou 98% da superfície de Vênus com uma resolução superior a 300 metros, através de radar.

Terra

Nosso planeta, uma pequena esfera azul no espaço, é o terceiro em distância do Sol, o quinto em tamanho e o único onde sabemos existir vida. Recebeu este nome em homenagem a Gaia, mãe dos primeiros deuses.

A Terra apresenta dois principais movimentos: rotação (gira em torno de si em 24 hs) e revolução (gira em torno do Sol em um ano). Seu eixo de rotação possui inclinação de 23,5º em relação ao plano de sua órbita e, por este motivo, observamos o fenômeno das estações do ano.

A maior parte de nosso planeta é coberta de água (3/4). O restante forma os continentes e ilhas.

Nossa atmosfera é composta de várias camadas e uma delas tem chamado muita atenção: a camada de ozônio. O ozônio filtra os raios provenientes do Sol, nos protegendo de grande parte do ultravioleta e do infravermelho. Gases utilizados em ar condicionado e geladeira, além da poluição, estão destruindo esta camada, o que pode dificultar a sobrevivência do ser humano.

Lua

Recebeu o nome de Selene, a irmã de Hélios (Sol). A luz leva pouco mais de um segundo para percorrer a distância que nos separa de nosso satélite natural (384.000km, em média).

A Lua gira em torno de seu eixo ao mesmo tempo em que dá uma volta completa ao redor da Terra, de modo a nos mostrar sempre a mesma face.

Qualquer pequeno telescópio nos revela uma grande variedade de detalhes da superfície lunar: crateras, altas montanhas e imensas e escuras planícies conhecidas impropriamente como mares. Existem cerca de 300.000 crateras de vários tamanhos. Elas foram provocadas pela queda de fragmentos de rocha que vagueiam pelo espaço a grandes velocidades: os meteoróides.

Em julho de 1969, os astronautas Neil Armstrong e Edwin Aldrin desceram pela primeira vez na superfície lunar. Seguiram-se mais cinco missões com sucesso ao satélite, totalizando 12 homens a pisá-la. Muito material da superfície foi analisado, inclusive trazido para a Terra.

Na superfície da Lua, a baixa gravidade, 1/6 da força gravitacional da Terra, faz com que os movimentos pareçam em câmara lenta. Um astronauta de 72kg se sentiria como se tivesse apenas 12kg.

A sonda Clementine mapeou toda a superfície lunar com grandes detalhes, em 1994. Já a sonda Lunar Prospector, lançada em 1998, após concluir seus estudos em órbita de nosso satélite, foi ao encontro de uma cratera no pólo sul da Lua, onde se suspeitava existir água em forma de gelo. Porém nenhum vestígio de água foi encontrado.
A Lua projetada na Terra caberia em nosso país, o Brasil.

Marte

É o deus da guerra.

A primeira missão com sucesso a Marte foi a espaçonave Mariner 4, em 1965, depois a Viking I, em 1976, seguida pela Viking II, no mesmo ano, quando foram tiradas fotos inéditas de sua superfície.

O solo marciano é avermelhado, devido à presença de óxido de ferro, mais conhecido como ferrugem. É coberto por uma tênue atmosfera com tempestades de poeira que chegam a cobrir o planeta por vários meses e, à semelhança da Terra, possui calotas polares, formadas de gelo seco, que avançam e se retraem conforme as estações do ano. A temperatura varia entre -123ºC e 22ºC. Seu tamanho não é muito grande: a área dos continentes da Terra cobriria a superfície de Marte.

A existência de formações geológicas semelhantes a vales de rios secos e canyons é forte evidência de que, no passado, havia água líquida com mares e rios de águas correntes na superfície marciana. Além de fotos, as sondas fizeram experiências com material coletado do solo em busca de vida microscópica, mas nada foi encontrado.
Além de vales, canyons, calotas polares e crateras, o planeta vermelho também apresenta formações vulcânicas. Seu maior vulcão – Monte Olympus – se eleva a uma altura três vezes maior que a do Monte Everest, a mais alta montanha da Terra.
Acredita-se que alguns meteoritos tenham se originado em Marte.

Na década de 90, três importantes sondas espaciais estudaram o planeta Marte: Mars Polar Lander, que se perdeu ao pousar no planeta; Mars Pathfinder, uma das mais bem sucedidas missões, que levou um robô (Sojouner) para pesquisar sua superfície; Mars Global Surveyor, que chegou a Marte em 1997.

Asteróides

Entre Marte e Júpiter há uma faixa ocupada por fragmentos de rocha de dimensões e formas variadas que orbitam o Sol. Estes objetos são os asteróides.

Conhecemos mais de 600 asteróides. Apesar da quantidade, a massa total é inferior à da Lua.

Esses objetos já foram alvo de missões espaciais. A nave NEAR (sigla em inglês para Encontro de Asteróides Próximos à Terra) alcançou o asteróide 433 Eros em janeiro de 1999. Os dados coletados estão sendo analisados e as primeiras imagens já estão sendo publicadas.

Júpiter

Este é o maior planeta do Sistema Solar; por isso recebeu o nome do deus supremo. Sua massa corresponde a pouco mais que duas vezes e meia a massa de todos os outros planetas reunidos.

Assim como Saturno, Urano e Netuno, trata-se de um planeta gigante e gasoso. Acredita-se que Júpiter tenha um núcleo rochoso envolto por camadas sólidas de hidrogênio metálico e uma superfície de hidrogênio líquido a grande pressão.

Suas nuvens multicoloridas se distribuem em cinturões e turbulências provocadas pelos fortes ventos de sua atmosfera. Um exemplo é a Grande Mancha Vermelha, uma enorme tempestade atmosférica, semelhante a um furacão, que é observada há mais de 300 anos. Quase três planetas do tamanho da Terra enfileirados seriam necessários para cobrir a extensão desta mancha.

Júpiter possui mais de 60 luas (o recordista do Sistema Solar), sendo as quatro maiores conhecidas como luas galileanas – Io, Europa, Ganimedes e Calixto. A mais singular delas é Io, onde vários vulcões em atividade foram registrados pela primeira vez pelas naves Voyager 1 e 2.

Júpiter e suas principais luas foi alvo de estudo da sonda Galileo, que, em 30/12/2000, esteve a apenas 11 milhões de quilômetros daquele planeta.

Saturno

Deus do tempo e filho de Urano (Céu) e Gaia (Terra).

Saturno é famoso pelo seu sistema de anéis, que pode ser observado até mesmo através de um modesto telescópio terrestre. Os anéis são compostos por milhares de pedaços de rocha e gelo em órbita do planeta, com centímetros até metros de diâmetro. Eles se estendem, de uma ponta a outra, por mais de 250.000km e seu diâmetro não ultrapassa 1km. Provavelmente são restos de um satélite natural que, por se aproximar demais do planeta, foi despedaçado ou, então, material de um satélite que nem chegou a se formar.

É o planeta que apresenta a menor densidade média, mais baixa, inclusive, que a densidade da água. Se pudéssemos colocá-lo na água ele flutuaria.

A atmosfera deste planeta é composta principalmente por hidrogênio e hélio. Seus ventos alcançam velocidades acima de 1.600km/h. Seu núcleo é rochoso (como Júpiter).

A primeira sonda a visitá-lo foi a Pioneer 11, em 1979, e depois as Voyager 1 e 2, na década de oitenta. Lançada em 1997, a espaçonave Cassini tem como finalidade estudar o planeta Saturno e suas principais luas, como Titã.

Saturno possui diversos satélites, destacando-se Titã, a única lua com uma densa atmosfera no Sistema Solar. Esta atmosfera chama a atenção por apresentar características semelhantes à da Terra no período de sua formação.

Urano

Deus do céu. Urano foi o primeiro planeta a ser descoberto por telescópio, em 1781.

Um detalhe curioso sobre este planeta é a grande inclinação de seu plano equatorial em relação ao plano de sua órbita. Esta grande obliqüidade gera movimentos aparentes do Sol no céu uraniano muito peculiares. Assim, os pólos ficam voltados para o Sol em parte de seu movimento de translação.

Seu encontro com a espaçonave Voyager 2 (única a visitá-lo), em 1986, revelou 10 novos satélites, além dos cinco já conhecidos. Essa nave também confirmou a presença de anéis (descobertos em 1972), à semelhança dos outros planetas gasosos e gigantes, com pedras de até 10 metros de diâmetro.

Apresenta um núcleo de gelo e rocha com massa inferior à dos núcleos dos planetas Júpiter e Saturno. Sua cor azulada deve-se à presença de metano em sua atmosfera.
Recentemente foram descobertos novos satélites totalizando 21.

Netuno

Deus dos mares.
Netuno é o menor dos quatro planetas gasosos, mas sua massa é maior que a de Urano. Foi descoberto em 1846, muito tempo após sua previsão, através das perturbações na órbita de Urano. Apresenta grandes tempestades atmosféricas.
A espaçonave Voyager 2, em 1989, fotografou em Tritão um de seus satélites, o que aparenta serem gêiseres de nitrogênio. Detectou, também, a presença de anéis muito escuros.

Seu núcleo se assemelha ao de Urano, formado por gelo e rocha, e com menos massa que os de Júpiter e de Saturno. O metano em sua atmosfera absorve a luz vermelha e dá uma tonalidade azulada. Os ventos atingem 2.000km/h. Como os demais planetas gigantes e gasosos, irradia mais calor do que recebe do Sol.

O telescópio espacial Hubble observou uma grande mancha escura no planeta, e não mais a mancha detectada pela Voyager 2.

Planetas Anões

O dia 24 de agosto de 2006 é um marco na história da Astronomia. Há alguns anos, como conseqüência do aperfeiçoamento das técnicas observacionais, vários corpos pequenos e distantes, semelhantes a Plutão, foram descobertos no Sistema Solar. Esses novos corpos foram classificados como Objetos Transnetunianos, por se localizarem após a órbita de Netuno. Dentre os transnetunianos estão corpos pequenos, como cometas e asteróides, e outros um pouco maiores, semelhantes a Plutão.

A tendência é descobrirmos cada vez mais objetos nessa região que deve ser povoada por milhares de corpos. O fato de alguns transnetunianos terem tamanhos semelhantes ao de Plutão, levantou a questão de esses corpos serem também considerados planetas. A discussão se acirrou após a descoberta do transnetuniano 2003UB 313, batizado como Éris, que se mostrou ainda maior que Plutão.

É interessante lembrar que a partir do Sol temos os chamados planetas rochosos – Mercúrio, Vênus, Terra e Marte, seguidos pelos planetas chamados gigantes gasosos – Júpiter, Saturno, Urano e Netuno. Depois de Netuno, conhecíamos também Plutão, um corpo rochoso e pequeno, localizado na região do Sistema Solar dominada por planetas gigantes e gasosos.

Mas então foram observados os outros objetos semelhantes a Plutão no Sistema Solar. E o que fazer? Classificar esses objetos também como planeta, ou criar uma nova classificação para Plutão e seus companheiros semelhantes? Essa discussão surgiu porque não havia uma definição clara de planeta.

A discussão perdurou durante algum tempo no meio astronômico. Alguns, incluindo os descobridores de 2003 UB 313, defendiam aumentar o número de planetas do Sistema Solar. Nesse caso, o número de planetas tenderia sempre a aumentar, uma vez que sempre poderíamos descobrir mais objetos pequenos e distantes, como Plutão. Outros defendiam a mudança da categoria de Plutão, que deveria ser classificado de alguma outra maneira, junto com os transnetunianos semelhantes a ele.

A questão só poderia ser resolvida pela União Astronômica Internacional (IAU – sigla em inglês de International Astronomical Union ), uma entidade que, entre outras atribuições, faz a regulamentação de nomenclaturas, classificações e definições utilizadas na Astronomia.

No dia 24 de agosto de 2006, a União Astronômica Internacional publicou resoluções criando duas novas categorias de objetos do Sistema Solar: Planetas e Planetas Anões . Plutão passa a ser planeta anão, e os outros planetas do Sistema Solar, planetas.

Segue abaixo tradução de parte das resoluções publicadas pela IAU, a respeito dessa mudança de classificação de alguns corpos do Sistema Solar.

Resolução da IAU: Definição de um Planeta no Sistema Solar

Observações contemporâneas estão mudando nosso entendimento de sistemas planetários, e é importante que nossa nomenclatura para os objetos reflita nosso entendimento corrente. Isso se aplica, em particular, para a designação ‘planetas’. A palavra ‘planeta’ originalmente descrevia ‘viajantes’, que eram conhecidos apenas como luzes que se deslocavam no céu. Descobertas recentes nos levam a criar uma nova definição, o que pode ser feito utilizando-se informações científicas disponíveis.

RESOLUÇÃO 5A.

A IAU resolve que planetas e outros corpos no nosso Sistema Solar, exceto satélites, são definidos em três categorias distintas da seguinte maneira:

(1) Um planeta¹ é um corpo celeste que (a) está em órbita ao redor do Sol, (b) tem suficiente massa para que sua própria gravidade se sobreponha a forças de corpo rígido de maneira que ele mantenha uma forma (aproximadamente redonda) em equilíbrio hidrostático, e (c) tem a vizinhança em torno de sua órbita livre.

(2) Um planeta anão é um corpo celeste que (a) está em órbita ao redor do Sol, (b) tem suficiente massa para que sua própria gravidade se sobreponha a forças de corpo rígido de maneira que ele mantenha uma forma² (aproximadamente redonda) em equilíbrio hidrostático, (c) não tem a vizinhança em torno de sua órbita livre, e (d) não é um satélite.

(3) Todos os outros objetos³ , exceto satélites, orbitando o Sol serão referidos coletivamente como “Pequenos Corpos do Sistema Solar”.

1 Os oito planetas são: Mercúrio, Vênus, Terra, Marte, Júpiter, Saturno, Urano e Netuno.

2 Um processo da IAU será estabelecido para designar objetos incertos na categoria de planeta anão ou outras categorias.

3 Esses atualmente incluem a maioria dos asteróides do Sistema Solar, a maioria dos Objetos Transnetunianos (TNOs), cometas e outros corpos pequenos.

RESOLUÇÃO DA IAU: Plutão

RESOLUÇÃO 6A.

A IAU adiante resolve:

Plutão é um planeta anão pela definição acima e é reconhecido como o protótipo de uma nova categoria de objetos transnetunianos.

RESOLUÇÃO 6B.

1 – Em 14 de setembro de 2006, a IAU retira o nome 2003 UB313, e esse objeto passa a se chamar Éris, deusa grega da discórdia e da contenda. Bom nome para um astro que gerou divisão na comunidade astronômica, não acha? Seu satélite fica batizado de Disnomia.

Plutão

Deus dos infernos. Descoberto em 1930, ainda não foi alvo de visita de sondas espaciais.

Plutão é menor que a nossa Lua (além de Io, Europa, Ganimedes, Calixto, Titã e Tritão). Até agora não foi visitado por nenhuma espaçonave.

Plutão leva 248 anos para completar uma volta ao redor do Sol. Fica durante 20 anos mais próximo do Sol do que Netuno (última vez de 1979 a 1999), por causa da excentricidade de sua órbita. Apesar disso, não há a possibilidade destes corpos celestes se colidirem.

Devido à sua distância, nem o telescópio espacial Hubble conseguiu definir até agora sua superfície. É composto de 80% de rocha e 10% de gelo de água, aproximadamente.

Tabela do Sistema Solar

Cometas

Existem registros destes objetos desde 240 a.C. pelos chineses (cometa de Halley). Estavam sempre associados a guerras, enchentes, pestes, destruição de impérios, etc.
Mais de 800 já foram catalogados e suas órbitas calculadas, sendo 184 periódicos (órbitas menores que 200 anos).

Com poucos quilômetros de extensão, os cometas são pequenos corpos viajando ao redor do Sol em longas órbitas elípticas.

O núcleo, de gelo e gás com pouca poeira, é a única parte substancial sólida do cometa. À medida que o núcleo cometário se move para regiões mais internas do Sistema Solar, a luz do Sol o aquece e o gelo em sua superfície se transforma em vapor, formando a cabeleira ou coma. Uma nuvem de hidrogênio muito rarefeita com milhões de quilômetros circunda o núcleo. O gás da cabeleira, juntamente com partículas de poeira, é empurrado pela pressão de radiação do Sol e pelo vento solar, formando então duas caudas, de poeira e de íons, respectivamente, podendo se estender por mais de uma unidade astronômica (1 u.a. = distância média Terra-Sol = 150.000.000km).

Os cometas geralmente começam a ser vistos quando estão a uma distância similar à de Júpiter, começando a apresentar uma cauda. Em 1987, a sonda Gioto, da Agência Espacial Européia, chegou a 540 quilômetros do cometa Halley, desvendando alguns dos mistérios destes objetos.

Suas órbitas originais estão além de Plutão. Após passarem próximo do Sol ou de algum planeta, estas órbitas podem se alterar, eventualmente, até se chocar com a nossa estrela ou um planeta.

Muitos cometas são descobertos por astrônomos amadores. Duas regiões do Sistema Solar são dominadas pelos cometas. A primeira é conhecida como Cinturão de Kuiper. Este se estende além da órbita de Netuno, indo até, aproximadamente, umas 100 u.a. (Plutão está a cerca de 40 u.a.). Acredita-se que os cometas de curto período se originem nesta região. A perturbação dos planetas gigantes lança estes objetos em direção ao Sol. A segunda região é a Nuvem de Oort (prevista em 1950), com mais de um trilhão de cometas, se estendendo de 30.000 u.a. a até um ano-luz, aproximadamente (um ano-luz = 9,5 trilhões de quilômetros).

Meteoróides, Meteoros e Meteoritos

Girando ao redor do Sol existe um número incontável de pedaços de rochas, cujos tamanhos variam de milímetros a dezenas de metros: são os meteoróides.

Eventualmente colidem com outro astro, podendo produzir crateras. Ao ingressarem na atmosfera terrestre com grandes velocidades, essas rochas são volatizadas pelo atrito tornando-se momentaneamente luminosas, sendo então chamadas meteoros. Se não forem totalmente desintegradas elas atingem o solo e aí são denominadas meteoritos. Um grande número de meteoróides penetra a atmosfera a cada dia.

A maioria destes detritos celestes são provenientes de asteróides e poucos vêm de cometas, da Lua e de Marte.

Como exemplo de crateras produzidas pela queda de meteoritos temos a cratera do Meteoro, nos Estados Unidos, com 1,2km de diâmetro e 200m de profundidade. O objeto que a originou caiu há 50 mil anos.

No Brasil temos uma cratera na serra da Cangalha (Maranhão), visível de avião. O mais famoso meteorito brasileiro, o Bedengó, está em exposição no Museu Nacional, na Quinta da Boavista, e pesa cerca de cinco toneladas.

A queda de um meteorito no México formou uma cratera com mais de 100km de diâmetro, responsável, pelo menos em grande parte, pela extinção dos dinossauros há 65 milhões de anos.

A presença de vegetação, vento e chuva dificulta a visualização e a permanência de crateras. Em planetas e satélites, onde não existe atmosfera, as crateras produzidas permanecem por muito tempo (milhares de anos), pois não há nenhum fenômeno local para destruí-las.

Novos Planetas

Há muito tempo o homem tem procurado planetas fora do Sistema Solar. Nos últimos anos, conseguimos identificar os primeiros astros do gênero. Até o momento (junho de 2007), 236 planetas já foram descobertos, tendo na sua maioria o tamanho aproximado de Júpiter. Recentemente foi descoberto um planeta muito semelhante à Terra. Ele possui cerca de 5 vezes a massa da Terra, seu tamanho é aproximadamente 50% maior, e apresenta temperatura e distância, à estrela à qual gira, que permitem a presença de água líquida. Esses fatos nos levam a cogitar a possibilidades de vida no planeta.

Todos foram descobertos indiretamente, ou seja, não foram vistos através de telescópios. Isso porque são bastante pequenos em comparação com a estrela que orbitam e não possuem luz própria, uma das características dos planetas.

A técnica utilizada para se detectar objetos tão pequenos e tão distantes consiste em observar desvios nos espectros (a impressão digital das estrelas) da estrela observada e, assim, determinar a massa do objeto que a orbita. Este desvio é conhecido como efeito Doppler, o mesmo de uma sirene de ambulância, quando ouvimos barulhos diferentes quando ela se aproxima e se afasta.

Esses planetas confirmam a suspeita dos astrônomos de que bilhões de planetas devem existir em nossa galáxia. É questão de tempo para conhecermos milhares deles.

Atividade: Determinação da Distância entre a Terra e a Lua

Sabendo-se o diâmetro da Lua em quilômetros, é fácil obter-se a sua distância. Para isso, é só determinar o ângulo compreendido pelo limbo lunar.

Procure uma janela que esteja voltada, aproximadamente, ou para o nascente ou para o poente. Numa noite próxima à Lua cheia, cole duas tiras de esparadrapo ou fita isolante paralelas, separadas por 30mm aproximadamente, no vidro da janela. A observação deverá ser feita pouco depois do “nascimento” da Lua, se a janela estiver voltada para o nascente, ou pouco depois antes do seu ocaso, se a janela estiver voltada para o poente.

Agora, com apenas um olho aberto, procure ficar a uma distância tal que a Lua “toque” a parte interna das fitas. Feito isto, marque a posição em que seu olho se encontra com o auxílio da quina de livros empilhados até uma altura conveniente. Meça a distância com a maior precisão possível dos livros até as fitas, assim como a separação da parte interna das fitas.

A distância da Terra à Lua, em quilômetros, é obtida pela relação:

LF / distância da Lua = SF / diâmetro da Lua
SF = separação entre as fitas
LF = distância entre os livros até as fitas
diâmetro da Lua = 3.740km

Atividade: Determinação do Diâmetro do Sol
Qual será o diâmetro do Sol em quilômetros? A experiência é semelhante à anterior.
O nosso astro é muito brilhante e vamos tirar proveito disto para efetuarmos a experiência. Usaremos o princípio da “câmara escura”.

Use um pequeno espelho coberto por um papel preto em que foi previamente feito um furo de aproximadamente 4mm. Agora, projete a imagem refletida do Sol a uns 5 ou 7 metros de distância em um papel branco fixo em uma parede. Meça agora a distância precisa do espelho até a imagem, assim como o diâmetro da mesma. Será necessário apoiar o espelho em algum lugar para se obter uma imagem “imóvel”, por pelo menos alguns segundos, para ser medida.

O diâmetro do Sol, em quilômetros, é dado por: Diâmetro da imagem / Diâmetro do Sol = Distância da imagem ao furo / Distância do Sol à Terra.

Obs.: Alguns céticos duvidam de que esta seja a imagem do Sol. Argumentam também que a imagem é circular porque o furo tem esta forma. Tente fazer furos em forma de triângulos ou quadrados, com as dimensões já especificadas, e terá imagens sempre circulares. O furo circular oferece resultados melhores.

Atividade: Representação do Sistema Solar

Nesta atividade vamos representar a proporção dos tamanhos do Sol e dos planetas, além das distâncias dos planetas ao Sol. É interessante mostrar isso às crianças. Tente fazer num jardim ou numa praça essa representação.

a) Modelos dos Tamanhos
Se o Sol tiver um metro de diâmetro, os planetas terão os seguintes tamanhos:

 
b) Modelos das Distâncias
Suponhamos, agora, que a distância Sol-Terra seja de um metro; as distâncias dos outros planetas e o tempo necessário para um avião chegar ao Sol viajando a 1.000 quilômetros por hora seriam:


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Coluna do Astrônomo

Tipos de Meteoritos

Como em todos os campos da Ciência, a meteorítica também procura agrupar seus objetos de trabalho segundo critérios bem definidos. Por convenção, dividem-se todos os meteoritos em 3 classes principais, segundo os seus tipos de componentes. Os metálicos, compostos basicamente de ferro, níquel e uma pequena quantidade de silicatos, também chamados de sideritos. Os meteoritos rochosos, aerolitos, formado na sua maioria por silicatos e quase nenhuma ou nenhuma porção de metais e um terceiro tipo, os siderolitos, onde encontramos quantidades similares de metais e silicatos.

Os minerais meteoríticos mais comuns são: ferro, níquel e cobalto, presentes em grande parte dos meteoritos e principalmente no metálicos; a troilita, o principal sulfeto meteorítico; os piroxenos, um silicato ferro-magnésio-cálcio comum; as olivinas, um silicato ferro-magnésio e o plagioclassio, um outro silicato, só que desta vez de sódio-cálcio-alumínio.

Apresentraremos algumas características de cada um dos grupos principais, de uma maneira bem superficial. Para maiores detalhes devem ser pesquisados livros específicos.

Os meteoritos rochosos podem ser divididos em duas categorias. A grande maioria apresenta pequenos objetos redondos, chamados de côndrulos, que dão origem à essa categoria, os condritos. O restante dos rochosos que não apresentam côndrulos são denominados acondritos.

Os meteoritos rochosos, condritos e acondritos são os tipos mais comuns. Sendo o primeiro com uma quantidade muito maior que a quantidade de todos os outros tipos juntos.

Por causa da afirmativa anterior sobre a quantidade nos diversos tipos, pode surgir uma pergunta: Como é que existe mais meteoritos rochosos se em todos os lugares que visitei que tinha um meteorito era do tipo metálico?

A razão para isso é muito simples, os meteoritos rochosos possuem uma beleza que não é fácil de ser apreciada. É necessário colocá-los e um microscópio para admirar a riqueza de cores e texturas que estes apresentam. Vistos a olho nu, parecem pedaços de rochas comuns, com alguns grãos de areia. Além disso, os meteoritos rochosos são maiores, uma vez que conseguem resistir mais ao processo de entrada na atmosfera e de choque com a superfície terrestre, além de terem uma estrutura interna muito bonita e fácil de ser observada quando polida.

Os meteoritos de rocha e metais em quantidades parecidas, siderolitos, dividem-se em quatro tipos distintos, sendo classificados de acordo com o tipo de mineral que se encontra junto com o metal, como pode ser visto na tabela abaixo.

Por fim temos os, sideritos, meteoritos compostos basicamente de ferro e níquel, cuja estrutura interna possui uma beleza rara quando tratada simplesmente com uma lixa e ácido.