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Caçadores de satélites: ISS, Júpiter e Saturno juntos no céu

O alvorecer do dia 20 de março será bem bacana para quem gosta de acompanhar as passagens de satélites. A Estação Espacial Internacional (ISS – International Space Station) terá uma passagem bem favorável para os moradores do Rio de Janeiro, Minas Gerais, São Paulo, Espírito Santo e Goiás. Além disso, os planetas Júpiter e Saturno estarão visíveis nas proximidades.


Quando a passagem da estação se dá em condições favoráveis, qualquer pessoa pode observar usando seus próprios olhos. Isso mesmo, não há necessidade de telescópio. Na verdade, já que o evento é relativamente curto, o telescópio pode até atrapalhar. Basta apenas pegar a carta celeste e se dirigir para um local onde você tenha acesso ao céu e, de preferência, com o horizonte livre e sem luz urbana.

Passagem da ISS entre Vênus e Marte na França, em 15/02/2017. Crédito: David Duarte.

A ISS é visível porque reflete a luz do Sol, da mesma forma que a Lua. Ao contrário da Lua, ela não pode ser observada durante o dia mas, sob certas circunstâncias, momentos antes do amanhecer ou após o pôr do Sol. Para alguns, ela lembra uma estrela, só que em movimento. Para outros, um avião, com a exceção de que a ISS não apresenta luz piscando.

A carta celeste abaixo indica a passagem da ISS por entre as constelações, para o amanhecer do dia 20 de março. Ela foi confeccionada para a Cidade do Rio de Janeiro e arredores. Se você estiver em outra cidade, poderá obter uma carta adequada AQUI (lembre-se de informar a sua cidade antes de gerar a carta). Note que alguns horários estão indicados na carta, uma vez que precisamos saber não somente para onde olhar, mas também, quando!


Carta celeste para a passagem da ISS no amanhecer do dia 20 de março, para a Cidade do Rio de Janeiro e arredores. Norte está em cima e sul embaixo. Leste à esquerda.

Aproveite a oportunidade e acompanhe o início da temporada de visibilidade dos planetas gigantes Júpiter e Saturno. Eles estarão bem visíveis no horizonte leste, momentos antes do Sol nascer, na constelação do Capricórnio. A passagem da ISS é também uma excelente ocasião para aprender a identificar algumas das principais constelações usando a carta celeste.

Viajando a 440km do solo, e incríveis 27.000km/h, a ISS completa uma volta ao redor da Terra em apenas 93 minutos. Isso significa que esses eventos não são raros. Então não fique triste caso não consiga acompanhar dessa vez. No caso de alguém tirar foto do evento e desejar compartilhar conosco, fique à vontade!

Vamos torcer para o céu colaborar. Boa caçada!

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Estrela de Natal: Conjunção entre Júpiter e Saturno

O final do ano reserva um fenômeno astronômico marcante para a noite do dia 21 de dezembro, quando os dois maiores planetas do Sistema Solar estarão muito próximos no céu, durante o fenômeno da conjunção. Trata-se de um “presente de natal” antecipado para os amantes da astronomia. Os planetas Júpiter e Saturno estarão tão próximos que parecerão formar um “planeta duplo”. Trata-se de um evento único na vida da maioria das pessoas. Saiba um pouco mais sobre o fenômeno, e como observá-lo.

Quando acontece uma conjunção, dois ou mais corpos celestes aparecem próximos no céu. Os corpos celestes envolvidos numa conjunção podem ser: Sol, Lua, planetas, estrelas e satélites artificiais.

Conjunção de Vênus (mais brilhante) com o aglomerado aberto das Plêiades em abril de 2012. Crédito: Bob King.
Conjunção entre Vênus e Marte (avermelhado) em 20/02/2015.

Uma conjunção muito importante é a Sol-Marte. Nessas ocasiões, que ocorrem a cada 26 meses, o planeta vermelho fica praticamente atrás do Sol do ponto de vista da Terra. Nessa geometria celeste, além de não podermos observar Marte no céu, as comunicações com as sondas em solo marciano são reduzidas, ou até mesmo, interrompidas. A razão é que por conta do alinhamento, as comunicações de rádio são perturbadas pelo Sol, e mensagens distorcidas devem ser evitadas a todo custo, para preservar os equipamentos.

Ilustração das posições de Marte (órbita mais externa), Sol (posição central) e Terra durante a conjunção Sol-Marte. Durante essas ocasiões, que ocorrem a cada 26 meses, Marte passa praticamente atrás do Sol para um observador na Terra. Crédito: NASA/JPL – Caltech.

A astronomia tem uma definição precisa para conjunção de corpos celestes, que não se resume ao “estar próximo” no céu, mas tem a ver com o sistema de coordenadas celestes adotado. Por exemplo, se o sistema de coordenadas adotado for o Eclíptico, o plano de referência é o plano da órbita da Terra ao redor do Sol. Assim, qualquer objeto celeste pode ser localizado pelas coordenadas latitude eclíptica e longitude eclíptica, e por definição uma conjunção ocorre quando dois ou mais corpos têm a mesma longitude eclíptica. Essa definição técnica é interessante, pois evita uma definição vaga de conjunção, baseada em proximidade: afinal, se a condição necessária for simplesmente a proximidade de dois corpos no céu, qual seria a distância máxima para o evento ainda ser chamado de conjunção?

Então nem sempre uma aglomeração de astros no céu é de fato uma conjunção? Isso mesmo, vai depender da tal coordenada eclíptica. Por acaso, a conjunção Júpiter-Saturno (eclíptica) desde ano ocorrerá por voltas das 15h20min, praticamente na mesma hora da máxima aproximação. Mas deixemos esse detalhe técnico para os técnicos, afinal a beleza do fenômeno não se altera com essa informação. E não se preocupe com o horário, pois como veremos mais a frente, os planetas são muito lentos e não fará muita diferença observar o evento algumas horas depois, ao anoitecer.

As conjunções Júpiter-Saturno são bem impressionantes, pois os planetas se destacam no céu pelos seus brilhos intensos. Uma vez a cada 20 anos, os dois maiores planetas do Sistema Solar parecem se encontrar no céu do ponto de vista do observador na Terra. Durante a próxima conjunção Júpiter-Saturno, que acontecerá no dia 21 de dezembro, os planetas parecerão estar se tocando. Mas não se iluda, a proximidade é um efeito de perspectiva, e será apenas aparente. Na verdade eles estarão afastados entre si mais 700 milhões de quilômetros!

Ilustração (fora de escala) da configuração dos planetas durante a conjunção. Crédito: Lowell Observatory.

Mas qual o motivo do intervalo de 20 anos? Júpiter e Saturno são planetas bem distantes do Sol e, portanto, se movem bem lentamente no céu: enquanto a Terra leva um ano para completar uma volta ao redor do Sol, Júpiter precisa de cerca de 12 anos e Saturno cerca de 30 anos. Tais órbitas longas fazem com que, do ponto de vista da Terra, encontros entre os dois só sejam possíveis a cada 20 anos*. É como se fosse uma corrida de Fórmula 1 e Júpiter, por estar mais próximo do Sol e, portanto mais rápido, desse uma volta em Saturno a cada 20 anos.

Ilustração da conjunção Júpiter-Saturno em 21 de dezembro de 2020. Por causa do alinhamento, do ponto de vista da Terra, os planetas Júpiter e Saturno aparecem próximos no céu.

Na maioria das conjunções a separação entre Júpiter e Saturno é de cerca de 1 grau, o que corresponde a aproximadamente duas Luas Cheias lado a lado. Neste ano eles estarão separados por apenas 6 minutos de arco, ou 1/10 do grau. Isso corresponde a apenas 1/5 do tamanho da Lua.

Na maioria das conjunções Júpiter-Saturno, os dois planetas se encontram afastados cerca de 1 grau, o que corresponde a duas Luas lado a lado. Crédito: Lowell Observatory.
Na conjunção do dia 21 de dezembro de 2020, os planetas estarão separados por apenas 6 minutos de arco, ou 1/10 do grau. Isso corresponde a apenas 1/5 do diâmetro da Lua. Crédito: Lowell Observatory.

Alguns estudiosos especulam que a história bíblica da Estrela de Belém que conduziu os Três Reis Magos do Oriente ao encontro do menino Jesus, está associada a uma conjunção Tripla de Júpiter e Saturno. Isso mesmo, você leu direito. Em intervalos de tempos irregulares, podem ocorrer ao longo de meses, uma sequência de três conjunções Júpiter-Saturno. A última conjunção tripla foi em 1981, enquanto a próxima é esperada para 2238**. No ano 7 a.C., ocorreram conjunções em 29 de maio, 30 de setembro e 5 de dezembro, tempo suficiente para os três viajarem de sua terra natal, no Oriente, até encontrar a criança na manjedoura. Os dois planetas brilhantes convergindo num ponto perto do horizonte, certamente indicaria uma direção a ser seguida. Por essa razão, a conjunção desde ano tem sido frequentemente chamada de “Estrela de Natal”.

Será fácil acompanhar a bela dança do par de planetas até o seu ápice por ocasião da conjunção. Basta olhar para a direção do poente, logo após o pôr do Sol, nas próximas noites. Como os planetas estarão próximos do horizonte, teremos cerca de uma hora para observar antes do desaparecimento no horizonte, e lugares com montanhas ou prédios devem ser evitados. Na noite do dia 16 de dezembro, a Lua Crescente estará próxima aos dois, numa bela configuração.


Ilustração do céu voltado para o horizonte oeste, para a noite do dia 16 de dezembro, por volta das 19h30. Crédito: Stellarium Web Online Star Map.

A conjunção anterior entre Júpiter e Saturno ocorreu no ano 2000, mas foi um desastre para o observador: além de os planetas estarem mais afastados entre si (cerca de 2,5 vezes o diâmetro da Lua), a observação era quase impossível pois o Sol se encontrava nas proximidades.

A última conjunção Júpiter-Saturno com proximidade entre os planetas similar à de 2020, ocorreu em 1623, alguns anos após as primeiras observações telescópicas de Galileu Galilei. No entanto, mais uma vez o Sol estava próximo, impedindo a observação do fenômeno.

A mais espetacular conjunção dos planetas gigantes nos últimos 1.000 anos ocorreu em 1226, quando os planetas estiveram 3 vezes mais próximos entre si do que no evento de 2020. Isso ocorreu quase 400 anos antes do surgimento do telescópio.

Você quer mais motivos para não perder a próxima conjunção envolvendo Júpiter e Saturno? Nas conjunções que ocorrerão em 2040 e 2060, as separações entre os planetas serão bem maiores. Somente em 2080 teremos uma conjunção tão espetacular quanto a deste ano, com uma separação similar entre os planetas. Ou seja, o evento do dia 21 de dezembro de 2020 será único para a maioria de nós.

Feliz Natal!

*O intervalo médio mais exato entre cada conjunção de Júpiter e Saturno é de 19,85 anos, sendo determinado principalmente pelos períodos orbitais de Júpiter (11,86 anos) e de Saturno (29,46 anos).

**Fonte: “Conjunctions of Jupiter and Saturn”, The Journal of Royal Astronomical Society of Canada (2000), p. 174.

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Oposição de Saturno 2018

O segundo maior planeta do Sistema Solar é Saturno, um gigante gasoso. Sua densidade é menor que a da água, mas o que realmente o distingue dos demais é seu vasto sistema de anéis. Os anéis de Saturno são compostos por uma miríade de partículas de gelo e rocha que circundam seu equador em diversos anéis concêntricos. Existem, além de anéis, 62 satélites conhecidos até o momento. Entre estas luas saturnianas encontramos Titã, uma vez e meia maior que a nossa Lua. Várias sondas espaciais já visitaram Saturno e a maior parte das imagens deslumbrantes deste astro vieram destes encontros.

Saturno é considerado o planeta mais bonito visto ao telescópio. Depois da Lua Crescente, é o que há de melhor para começar a observar o céu ao telescópio. Nos dias de Lua Cheia, esta atrapalha um pouco. Se você nunca observou o céu ao telescópio, uma noite ideal é aquela que tenha uma lua crescente e Saturno no céu. As próximas noites de observação aqui no Planetário com estas duas joias no céu são: 18/07, 18/08 e 15/09. No próximo dia 27, uma quarta-feira, Saturno estará em oposição, a melhor época para observar planetas externos à órbita terrestre. Se não conseguir observar no dia não tem problema. Nos próximos dias ainda vai dar para ver bem. Saturno estará praticamente tão brilhante no próximo mês como no dia da oposição. É só torcer para o tempo ajudar e não nublar.

mapa do céu durante a oposição de Saturno 2018
27/6/2018 – O céu no dia da oposição de Saturno (marcado com uma cruz vermelha). Saturno estará bem perto da Lua, na constelação do Sagitário e visível no início da noite na direção do nascente. Bem mais acima, na constelação da Libra (de frente ao Escorpião) estará, ainda bem brilhante, o planeta Júpiter.

Como falei acima, quando ocorre a oposição é a melhor época para ver um planeta externo à órbita da Terra (Marte, Saturno e Júpiter, só pra citar os mais brilhantes). Nesta época a distância do planeta à Terra é menor e, por consequência, o brilho e o tamanho da sua imagem são maiores. Além disso, o planeta fica mais tempo acima do horizonte: praticamente a noite toda. É o início do período bom para observar estes planetas na nossa atividade de observação do céu (às quartas 18h30min e sábados às 19h). Veja em http://www.planetariodorio.com.br/observacao-do-ceu/. Em julho será a vez de Marte, no dia 27. Por enquanto ele aparece como um astro brilhante e dourado durante as madrugadas mais limpas. Vamos aguardar.

Oposição de Saturno
Representação, fora de escala, das posições do Sol, da Terra e de Saturno durante a oposição.

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Saturno em destaque

O planeta Saturno é o segundo maior do nosso Sistema Solar: um gigante gasoso cercado de anéis. Desde que Galileu Galilei desenvolveu a primeira luneta astronômica (1610) o planeta atrai a atenção pelo seu vistoso sistema de anéis, o mais notável entre os demais planetas gigantes (Júpiter, Urano e Netuno).

Oposição de Saturno

No próximo dia 15, em pleno feriado de Corpus Christi, Saturno estará em uma posição especialmente favorável para observação. O planeta gigante estará em linha com a Terra e o Sol. Dizemos que ele estará em oposição, uma vez o que o planeta estará diametralmente oposto ao Sol do ponto de vista da Terra. É nesta ocasião que a distância à Terra é menor (maior brilho aparente e maior tamanho de imagem) e o planeta estará mais tempo visível (durante toda a noite: do pôr ao nascer do Sol). 

Oposição de Saturno
Representação fora de escala das posições do Sol, da Terra e de Saturno durante a oposição.

A sonda Cassini-Huygens

Animação da Sonda Cassini-Huygens.

Faz quase vinte anos que esta sonda complexa foi lançada. A Cassini-Huygens foi produto da colaboração da NASA com a Agência Espacial Italiana, que mais tarde passou a fazer parte da ESA. Curiosamente a sonda não foi enviada em uma rota direta a Saturno. Primeiro a sonda foi enviada para o interior do Sistema Solar na direção de Vênus. A sonda fez duas passagens próximas a este planeta e depois mais uma passagem próxima à Terra. Estas manobras, conhecidas como estilingues gravitacionais, tiveram a função de acelerar a nave usando a gravidade dos planetas para aumentar sua velocidade e encurtar a viagem. A sonda passou por Júpiter antes de chegar ao planeta dos anéis. O destino final da sonda será colidir com Saturno em setembro próximo.

Os anéis

Desde de que foram descobertos os anéis são um desafio. Como explicar sua natureza? Seriam sólidos, gasosos, líquidos? James Clerk Maxwell (1831-79) foi o primeiro a expor uma explicação embasada sobre a natureza dos anéis em 1847: partículas. Isso mesmo, os anéis não são um corpo único, mas sim uma quantidade enorme de pequenos corpos (minúsculas luas de gelo e poeira, podemos dizer) que orbitam no plano equatorial do planeta. Fotos incríveis foram tiradas deste complexo sistema de anéis. Em meio aos anéis são encontradas luas que influenciam a distribuição destas partículas.

As luas

Acima: imagem do disco de Titã com sua atmosfera alaranjada. Abaixo: o satélite visto contra Saturno ao fundo.

Conhecemos 62 luas de Saturno até o momento que escrevo estas linhas. Algumas não passam de simples pedras irregulares, mas algumas luas de Saturno guardam verdadeira diversidade de composição e de forma. O satélite mais interessante do Sistema Solar é Titã. Maior que nossa Lua, Titã é portadora de uma densa atmosfera de nitrogênio. A superfície titânica é coberta de lagos de metano. A sonda Huygens, que viajou acoplada a Cassini, penetrou a atmosfera deste satélite em 2005.

Acima à esquerda: detalhes da superfície gelada de Encélado. Abaixo: imagens das plumas de vapor d´água que o satélite joga no espaço.

Em 2008 descobriu-se que o satélite Encélado emite plumas de vapor de água. Isto sugere fortemente que este satélite tem um oceano sob uma camada de gelo. Até então só se conhecia um outro corpo com esta característica: Europa, satélite de Júpiter.

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Como encontrar os planetas no céu

O céu do começo das próximas noites terá vários planetas visíveis a olho nu. Ao longo dos próximos dias, poderemos ver cinco planetas ao entardecer, mas dois deles serão bem difíceis de observar.

Começando pelos mais fáceis: Júpiter, o mais brilhante de todos, será visível no começo da noite, a oeste, na constelação do Leão. O maior planeta do Sistema Solar, será visível até às 21h30min. Marte, o planeta vermelho, surge bem alto no céu no começo da noite, na constelação de Libra, podendo ser observado até às 2h da madrugada. Ele está bem brilhante, embora não tanto quanto Júpiter.

Bem perto de Marte, encontramos o planeta Saturno, na constelação do Serpentário. O planeta dos anéis poderá ser observado até às 3h da madrugada. Marte, Saturno e Antares, uma estrela avermelhada e a mais brilhante da constelação do Escorpião, formarão um triângulo no céu nas próximas noites.

Agora os planetas mais complicados para observar: Mercúrio e Vênus. Ao longo de julho eles aparecerão no céu do entardecer por alguns minutos, na direção oeste, logo após o pôr do Sol, com o céu ainda não totalmente escuro. Estes dois planetas serão um desafio para os aficionados.

A disposição que os planetas terão no céu leva as pessoas a dizerem que os mesmos estarão alinhados. Do nosso referencial, na Terra, os planetas sempre parecerão estar alinhados no céu, uma vez que todos giram ao redor do Sol em planos orbitais relativamente próximos. O que muda, de tempos em tempos, é a separação destes no céu (que também é influenciada pelo nosso referencial). No caso presente, os cinco planetas estão bem espalhados no céu, indo de oeste até leste. Boas observações!

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Jatos de matéria no satélite de Saturno

Um dos satélites de Saturno, Encélado, é afetado pela força gravitacional exercida pelo planeta, fazendo com que partículas sejam expelidas. O efeito é o mesmo sentido na Terra pelas forças gravitacionais do Sol e da Lua, a força da maré.

E mesmo quando está mais distante de Saturno, ele continua com bastante atividade, em alguns casos até mais ativo. Algumas pequenas erupções ficam mais intensas quando o satélite está em pontos mais afastados de Saturno. Isso foi verificado quando se observou o satélite passando na frente de uma estrela (uma das Três Marias, Alnilan, uma estrela bem conhecida), o que não encaixa com as previsões científicas.

Agora, com estas novas descobertas, os cientistas terão que examinar o complexo sistema subterrâneo deste mundo congelado. E, o que motiva conhecer melhor Encélado, é que o oceano abaixo de sua superfície é um local promissor para a formação de vida neste satélite.

A sonda Cassini (um projeto da NASA, da ESA e da Agência Espacial Italiana, e administrada pelo JPL) chegou em Saturno em 2004 e desde então vem estudando o sistema planetário. Ela já havia detectado que 90% da matéria expelida em Encélado é formada por vapor de água. Mas junto com a água vão grãos de poeira que ficam visíveis à câmera da sonda e até já foram capturados para estudo.

Agora temos que esperar os resultados destes estudos para criarmos uma teoria sobre este complexo satélite e suas possibilidades de abrigar vida.

 

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Surfando em Titã?

 

Semana passada cientistas da NASA divulgaram um resultado interessante de sua pesquisa sobre Titã, uma das luas de Saturno: a provável descoberta de ondas em seus mares. Se confirmada, será a primeira descoberta de ondas de mar fora da Terra.

 

Ao longo de suas várias órbitas nas proximidades de Titã, a sonda Cassini descobriu pequenos lagos e enormes mares compostos de metano, etano e outros hidrocarbonetos. Provavelmente ocorre evaporação dessa enorme massa líquida, e eventualmente a chuva, gerando um sistema meteorológico típico que inclui o surgimento de vento. No entanto, a sonda nunca tinha registrado vento ondulando a superfície dos mares de Titã. Os mares sempre pareceram lisos como o vidro, provavelmente porque os hidrocarbonetos líquidos são mais viscosos do que a água e, portanto, mais difíceis de mover, ou porque os ventos em Titã simplesmente não são fortes o suficiente para gerar ondulações nos mares.

 

A sonda Cassini, da NASA, avistou vários reflexos incomuns da luz solar na superfície de Punga Mare, um dos mares de hidrocarbonetos de Titã, entre 2012 e 2013. Segundo Jason Barnes, da Universidade de Idaho, os reflexos parecem vir de pequenas ondulações, com cerca de dois centímetros de altura, que estão se propagando ao longo do oceano.

 

A notícia da presença de ondas é fundamental. Não porque tenhamos encontrado um local “radical” para surfar, mas porque o estudo de como as ondas se propagam poderá ajudar a entender as condições físicas nos lagos e mares de Titã. A NASA planeja enviar uma sonda para estudar a superfície líquida de Titã, e certamente é bom saber se ela irá se espatifar, ou apenas produzir respingos durante o pouso.

 
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Ocultação de Saturno pela Lua

 

Amanhã, dia 20 de março, a Lua ocultará o planeta Saturno. Esses dois astros caminham próximos à linha da eclíptica – este é o caminho do Sol no céu visível da Terra. Como a Lua está mais próxima de nós, e se mostra bem maior que os planetas, eventualmente ela oculta algum planeta, como é agora o caso.

 

O fenômeno poderá ser observado em grande parte do Brasil e, no Rio de Janeiro será logo após o nascer da Lua e de Saturno, às 20h55min (Lembre-se que você tem que ter o lado leste – lado em que o Sol nasce – livre de prédios ou morros). Saturno ao nascer já estará bem próximo à Lua com a aparência de uma estrela brilhante. Com o passar do tempo eles ficarão cada vez mais próximos até 22h30, aproximadamente, quando Saturno será ocultado. O fenômeno é rápido e às 23h15min Saturno ressurgirá.

 

O fenômeno pode ser contemplado a olho nu mas, se você tiver acesso a um binóculo ou telescópio o espetáculo será inda mais bonito, pois será possível ver os anéis e alguns satélites. Boas observações!

 

Fonte: http://astronomiapratica.blogspot.com.br/2014/02/ocultacoes-de-saturno-pela-lua-em-2014.html
(via Stellarium)
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Saturno ainda mais belo

 

Saturno, sem dúvida, é o mais belo dos planetas, com o seu fabuloso sistema de anéis que têm intrigado os astrônomos desde o século XVII, com o surgimento da luneta astronômica. Não é o único planeta com anéis (Júpiter, Urano e Netuno também têm), mas com certeza, seus anéis são os mais espetaculares, estendendo-se por mais de 280.000 km (incríveis três quartos da distância Terra-Lua) e com uma espessura de cerca de 1 km.

 

 

Nos anéis existem bilhões de objetos, com tamanhos variando desde minúsculos grãos de gelo até gigantescas estruturas do tamanho de montanhas. Acredita-se que os anéis sejam destroços de cometas, asteroides ou luas, que foram despedaçados ao se aproximarem do intenso campo gravitacional do gigante gasoso. A missão Cassini, da NASA, foi enviada ao planeta, visando entender melhor como os anéis se formaram e como eles mantêm suas orbitas.

 

 

A missão Cassini permite, também, enxergar os anéis de uma perspectiva totalmente inusitada. Os planetas giram ao redor do Sol aproximadamente no mesmo plano, e os anéis não estão muito afastados deste plano. Como consequência, não é possível, a partir da Terra, enxergar os anéis de “topo”. A primeira imagem abaixo ilustra as possíveis visões dos anéis que podemos ver da Terra. Felizmente a órbita da sonda Cassini permite visualizar os anéis de Saturno de “topo”, oferecendo belas imagens, como a segunda imagem abaixo. Na imagem da Cassini, fica clara a separação do planeta em relação aos anéis, oferecendo uma perspectiva ainda mais bela do planeta.

 

 

Gostou? Você pode acompanhar mais novidades da missão Cassini no link http://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/main/index.html#.UmAfidKsiSo.

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Previsão para os próximos dias: chuva de diamantes

 

Prepare o guarda-chuva, as previsões para os próximos dias não são boas. Parece que teremos chuva na cidade do Rio de Janeiro até o próximo domingo. Felizmente, a previsão da chuva de diamantes não é para o nosso planeta, mas para Júpiter e Saturno.

 

Pelo menos é o que defenderam os pesquisadores Mona Delitsky e Kelvin Baines, durante a reunião da Sociedade Astronômica Americana para as Ciências Planetárias, que aconteceu na semana passada. A ideia é que os violentos relâmpagos nesses planetas “quebram” as moléculas de metano (que estão presentes em grandes quantidades nesses planetas), liberando átomos de carbono. Os átomos de carbono por sua vez, dão origem a uma poeira de carbono que, ficando mais pesada, se desloca para o interior de cada planeta. O interior dos planetas gasosos é bem denso, e com pressões e temperaturas elevadíssimas, comprimindo a poeira de carbono, transformando-o em grafite e, em seguida, em diamantes sólidos. A temperatura no interior deles pode chegar a alguns milhares de graus, e o que antes era diamante sólido, transforma-se em gotas de diamante derretido.

 

A conclusão da existência de diamantes em Júpiter e Saturno não é compartilhada com toda a comunidade científica. Alguns pesquisadores dizem que as condições atmosféricas nos planetas gasosos não são totalmente conhecidas, não sendo possível concluir que exista diamante nesses planetas.

 

 

Seja porque não existam diamantes nesses planetas, seja porque não estamos ainda em condições de explorar essa verdadeira mina de “gotas de diamante”, os mercados financeiros na Terra podem ficar tranquilos nas próximas décadas e, talvez, centenas de anos.