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Coluna do Astrônomo

Mais sete exoplanetas

 

Quatro anos de observação levaram pesquisadores europeus a identificar sete candidatos a planetas extrassolares ao redor da estrela KIC 11442793. Estas medidas foram feitas pelo satélite Kepler. Os planetas não foram observados individualmente. Eles são muito próximos da estrela principal e ficam ofuscados por sua luz. O que se tem de concreto é a curva de luz e o espectro da estrela.

 

O que é curva de luz? Uma equipe usou medidas da intensidade luminosa através de um sensível sensor chamado de fotômetro, que permite estudar como a luz se comporta ao longo do tempo. Os pesquisadores buscaram identificar momentos em que planetas passam diante da estrela e diminuem sua luminosidade. Chamamos isso de trânsito e o gráfico da intensidade luminosa versus o tempo é a curva de luz. Alguns destes trânsitos foram detectados.

 

O que é o espectro? Como ele ajuda a identificar planetas?  Um aparelho denominado espectrômetro decompõe a luz da estrela em suas cores originais. Como não há maneira de separar a imagem dos planetas da imagem da estrela, o espectro obtido é uma mistura destes. O movimento planetário faz com que os espectros dos planetas e da estrela principal tenham comportamentos diferentes. Este fenômeno é chamado efeito Doppler e afeta a cor da luz de objetos em movimento, tornando se mais azulados ao se aproximar e mais avermelhados ao se afastarem. Analisando estas variações com poderosos métodos matemáticos, os pesquisadores chegaram à conclusão de que pelo menos sete planetas estão compondo o espectro observado.

 

Combinando estes dados indiretos, duas equipes separadas identificaram a possível combinação de planetas que produziria estas variações luminosas. Este sistema é bem mais compacto que o nosso. O planeta mais afastado dos sete está a uma distância da estrela principal da mesma ordem que a Terra está do Sol.

Link para saber mais: http://noticias.terra.com.br/ciencia/espaco/astronomos-descobrem-sistema-com-sete-exoplanetas,8312d5d888be1410VgnVCM4000009bcceb0aRCRD.html

 
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Coluna do Astrônomo

Planeta Azul

 

Desde 12 de abril de 1961, como muitos acreditam, erroneamente, que o cosmonauta Yuri Gagarin tenha dito ─ A Terra é azul! ─, o imaginário popular concebe que um planeta habitável deve ter esta cor. Isto até pode ser verdade, mas, até agora, não temos nenhum planeta candidato, na zona de habitabilidade de uma estrela, com estas características. 

No dia 11 de julho de 2013, a Agência Espacial Norte-Americana (NASA) comunicou a descoberta da cor real de um exoplaneta pela primeira vez. Obtida pelo Telescópio Espacial Hubble, o planeta HD189733b encontra-se a 63 anos-luz de distância, sendo um dos mais próximos onde é possível observar o seu trânsito. 

Segundo Frederic Pont, da Universidade Exeter, na Inglaterra, ao observar todas as fases de uma ocultação do planeta por sua estrela, notou-se uma alteração na cor azul durante o fenômeno, ou seja, quando o planeta encontrava-se eclipsado pela estrela, ocorreu uma diminuição significativa da cor azul, evidenciando a cor do planeta, enquanto as cores verde e vermelho mantiveram-se inalteradas.

O planeta HD189733b encontra-se muito próximo de sua estrela, apenas 4,7 milhões de quilômetros, fazendo com que o planeta não apresente rotação devido a interações gravitacionais, semelhante ao fenômeno observado em nossa Lua: um dos lados está sempre apontado para a Terra. No caso do planeta, apenas um dos lados fica iluminado enquanto o outro encontra-se em completa escuridão.

A temperatura do lado iluminado é de aproximadamente 1.100ºC com a ocorrência de chuvas de vidro. Isto mesmo! Vidros! A combinação do calor associado ao fato das nuvens serem saturadas de silicatos faz com que sejam criadas gotas de vidro que caem como chuvas na superfície do planeta. A luz ao passar pelas gotículas de vidro é dispersada, privilegiando a luz azul na atmosfera em detrimento da vermelha, dando a cor azulada ao planeta. 

Em 2007, foi possível obter o primeiro mapa de temperaturas em infravermelho para este planeta, produzido pelo telescópio Spitzer. A diferença entre o lado iluminado e o lado escuro é de cerca de 260ºC. Esta diferença de temperatura causa ventos de até 7.000km/h que produzem silvos na atmosfera. 

Todas estas características inóspitas, aliada ao fato desse planeta estar classificado como do tipo Júpiter quente, ou seja, planeta gigante gasoso muito próximo da estrela central, eliminam qualquer chance de podermos habitar este mundo. Continuemos nossas buscas!

 

 

 

 

 

 

 

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À procura de novos mundos – Trânsito

O trânsito de um planeta ocorre quando ele passa na frente do disco estelar e cobre uma parte da estrela. Desta forma, o brilho da estrela diminui e o planeta pode ser identificado. É como se estivesse ocorrendo um eclipse, mas em pequenas proporções, pois o planeta escurece uma parte muito pequena da estrela, mas, em alguns casos, o suficiente para ser detectado.

Esquema do trânsito de exoplaneta em frente da estrela (em cima). Curva de luz do exoplaneta XO-5b (em baixo). Crédito: João Gregório.

O grau de obscurecimento permite estimar o raio e a massa do corpo celeste. Mas são necessárias outras observações de trânsitos para se confirmar a existência de um exoplaneta. Isso pode ser demorado, dependendo da órbita do planeta. Se ele estiver distante da estrela pode-se levar anos para voltar a passar novamente na frente do disco estelar. Outra dificuldade encontrada é que a órbita planetária pode não estar em nossa linha de visão, impossibilitando a observação do trânsito.

Esta técnica sozinha não faz milagres. Ela é eficiente para encontrar candidatos a planetas. Mas precisa da ajuda de outras técnicas para a sua confirmação. Podemos ter uma noção desta dificuldade tomando como parâmetro um estudo feito pelo Observatório Europeu do Hemisfério Sul – ESO, localizado no Chile, com quatro mil estrelas. Destas, 40 tinham diminuição do brilho, mas apenas um planeta foi confirmado com a ajuda de outros métodos.