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Coluna do Astrônomo

Estamos preparados para um impacto meteórico?

Diariamente cai sobre a Terra uma quantidade razoável de rochas espaciais. Enquanto estão no espaço são chamados de meteoroides. A maior parte não é maior que uma azeitona e se queima ao entrar na atmosfera, a estes chamamos de meteoros. Um objeto ao entrar com alta velocidade na nossa atmosfera comprime o ar rapidamente. Esta compressão súbita produz uma onda de choque que cria uma bola de fogo. Este calor é suficiente para volatizar a maior parte dos corpos que entram na atmosfera vindos do espaço. Objetos grandes o suficiente para não se consumirem totalmente na entrada podem vir a atingir a superfície terrestre, a estes chamamos de meteoritos. Como nosso planeta é coberto por oceanos em sua maior parte, a probabilidade de um destes meteoritos atingir áreas densamente povoadas é menor do que ganhar na loteria. Daí a atingir uma pessoa é ainda mais raro. Há pouquíssimos casos registrados.

A direita acima, Elizabeth Ann Hodges, Alabama (EUA), atingida por um meteorito. Ela doou o meteorito a um museu anos depois (esquerda). A direita e abaixo, o menino Gerrit Blank, Essen (Alemanha), mostrando o pequenino meteorito e que feriu sua mão.

Para causar grande destruição um meteorito tem que ser muito grande mesmo: acima de algumas dezenas de quilômetros. Estes corpos são ainda mais raros. Toda vez que me perguntam se existe a possibilidade de que um meteorito enorme venha causar uma catástrofe de grandes proporções eu tenho que responder que sim, mas tenho a obrigação de afastar o alarmismo.  Este tipo de impacto é possível mas bem pouco provável. Já aconteceu antes: as diversas crateras encontradas na superfície terrestre é prova disso. É bem difícil de acontecer de novo mas não é impossível.

Lembro de alguns filmes-catástrofe de Hollywood que fizeram relativo sucesso alimentando o alarmismo. Os mais recentes são Impacto Profundo (Mimi Leder) e Armagedom (Michel Bay), ambos de 1998. No primeiro é o astro ameaçador é um cometa e o no segundo um asteroide. A diferença entre asteroide e cometa é essencialmente a composição química:  o primeiro é composto de rocha e metal e o segundo gases e poeira congelados. Ambos são proporcionalmente perigosos dependendo da velocidade e da massa. Ainda me lembro de um ainda mais antigo Meteoro (Ronald Neame, 1979) com o grande Sean Connery em plena Guerra Fria. Em todos eles o corpo aparece a tempo de alguém tentar explodi-lo com armas nucleares. Mas mesmo assim alguma coisa passa e causa muita catástrofe.

Filmes sobre o tema – Esquerda: Meteoro (1979), Centro: Armagedom (1998) e Direita: Impacto Profundo (1998).

Se o astro impactante for descoberto com a devida antecedência vários expedientes podem ser tentando para evitar o pior. Explodir o astro com bombas atômicas não é a única solução possível e nem a melhor dependendo das condições. Basta desviar um pouco a órbita para que o corpo não colida com a Terra. Poderemos usar foguetes presos ao meteoroide ou até vaporizar partes dele com um laser ou simples espelhos refletindo a luz do Sol.  Até pintar o meteoroide funcionaria. Sim, se mudarmos a forma como o corpo reflete a luz do Sol muda sua órbita. A luz exerce uma suave pressão sobre qualquer objeto; no espaço essa força é suficiente para desviar um meteoroide da sua rota.

Recentemente o governo norte-americano fez exercícios simulando o impacto de um corpo celeste em seu território tentando responder perguntas como: Como reagir se não der pra evitar o impacto? Como evacuar a tempo? Quais problemas seriam enfrentados? Se tomarmos como exemplo o que acontece nos filmes, o pânico vai causar mais danos que o próprio meteorito.

Ver a matéria original no site do Globo (07/11/2016).

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Coluna do Astrônomo

Pedras que caem do céu

Esta semana duas “pedras” espaciais passaram bem perto da Terra.

A primeira “pedra espacial” errou nosso planeta por algumas centenas de quilômetros. Em 3 de maio, um asteroide do tamanho de um ônibus passou a uma distância menor que a da Lua, que fica, em média, a uns 384.000km. O objeto foi descoberto em 29 de abril passado, e recebeu a denominação de 2014HL129 (Veja a animação da trajetória do corpo celeste). Este tipo de asteroide tem sido acompanhado por redes de observadores com cuidado. Existem em razoável quantidade e, apesar de pouco provável, não é impossível que um deles venha atingir a Terra no futuro. Por enquanto, não há razão para alarme.

A segunda “pedra espacial”, apesar de bem menor, foi mais certeira. No dia seguinte, 4 de maio, várias pessoas viram e registraram em vídeo um bólido cruzando o céu do Canadá e de Nova York. Meteoro é um pedaço de rocha vindo do espaço que, ao se queimar na atmosfera, pelo atrito, produz um rastro luminoso. Se o brilho do rastro for maior que os planetas mais brilhantes (Vênus ou Júpiter, por exemplo) recebe o nome de bólido. Este desta semana foi tão brilhante que foi visível durante o dia claro. Existem até vídeos (ver aqui). A Sociedade Americana de Meteoros está acompanhando estes relatos e já documentou outros casos recentes. Os pesquisadores associam estes bólidos à chuva de meteoros Eta Aquarídeas, que acontece todo ano nesta época quando a Terra passa pelos rastros do cometa Halley.

Apesar da proximidade dos dois eventos, não há uma relação entre os dois objetos.

Em 1972, um bólido cruzou os céus do norte dos EUA e Canadá. Estudos indicam que foi um asteroide do mesmo tamanho do 2014HL129 que passou raspando na nossa atmosfera, como mostra a foto acima. Se passasse mais baixo teria colidido com a Terra.

 

Link de interesse:

Asteroide do tamanho de ônibus passa entre a Terra e a Lua

Bola de fogo rasga os céus do Canadá em plena luz do dia

 

 
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Outro Meteoro

 

O céu da Rússia tem estado bem movimentado nos últimos meses. Na semana passada, mais um meteoro foi capturado por câmera de vídeo, numa cidade chamada Murmansky, no noroeste do país.

 

Em fevereiro do ano passado, um objeto com cerca de 20m de extensão explodiu sobre a cidade de Chelyabinsky, liberando cerca de 500 kilotons no evento e ferindo 1.500 pessoas, a maioria vítima dos estilhaços de janelas atingidas pela onda de choque. Naquela ocasião, o brilho do meteoro foi cerca de 30 vezes superior ao do Sol.

 

Vale a pena rever a passagem desse meteoro. Confira o vídeo.

 

Por mais violento que tenha sido o evento de fevereiro de 2013, nem chegou perto do evento de Tunguska, em 1908, também em solo russo. Centenas de milhas de floresta siberiana foram abaixo após uma explosão que liberou entre 10.000 e 50.000 kilotons de energia (para se ter uma ideia, a bomba atômica jogada sobre Hiroshima em 1945, liberou cerca de 15 kilotons na explosão). Acredita-se que tenha sido provocado por um imenso meteoroide ou cometa.

 

Desta vez, o fenômeno astronômico foi bem menos explosivo. A ocorrência do meteoro foi registrada na noite do dia 18 de abril por um motorista que mantém uma câmera fixa ao carro. Veja o vídeo.