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Coluna do Astrônomo

Da Índia para Marte

 

A história recente da pesquisa espacial tem tomado direções que muitos não previam.

 

As primeiras sondas enviadas a Marte datam da década 1970 e foram soviéticas e norte-americanas. Imagine naquela época pensar em uma sonda indiana. Até hoje somente três agências espaciais atingiram Marte: NASA (norte-americana), Roscosmos (russa) e ESA (europeia).

 

A agência espacial indiana ISRO (Indian Space Research Organization) foi fundada há 44 anos. O primeiro satélite indiano foi posto em órbita por um foguete soviético em 1975 e chamava-se Aryabhata. Cinco anos depois os indianos colocaram o satélite Rohini em órbita com seu próprio foguete: o SLV-3. Em 1993, a ISRO já contava com o possante foguete PSLV capaz de por satélites em órbitas geoestacionárias. Estas órbitas são as mais altas e rentáveis usadas por grandes satélites de comunicação e meteorológicos. Em 2008, a sonda Chandrayaan 1 foi posta em órbita da Lua; um grande marco do programa espacial indiano.

 

Agora, é a vez de Marte. Uma sonda foi lançada hoje (5/10/2013) pela ISRO a bordo do foguete PSLV XL C-25. A missão chama-se Mars Orbiter Mission (MOM) e a sonda recebeu o apelido de Mangalyaan (nave marciana em hindi). A sonda leva 15kg em instrumentos para estudar a atmosfera marciana, medir partículas e fotografar a superfície. A Mangalyaan deve chegar a Marte juntamente com a nave MAVEN da NASA em setembro do ano que vem.

 

Ao longo da exploração de Marte várias sondas automáticas se perderam. Torço, sinceramente, que a Mangalyaan não tenha o mesmo destino de tantas outras sondas enviadas ao planeta, e que em breve recebamos dados dela.

 

 

 

Links de interesse:

 

http://en.wikipedia.org/wiki/Mangalyaan

http://pt.wikipedia.org/wiki/Organiza%C3%A7%C3%A3o_Indiana_de_Pesquisa_Espacial

http://www.isro.gov.in/

 

 

 

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Coluna do Astrônomo

Metano em Marte

 

Ao chegar ao Planetário hoje pela manhã, vi um comunicado da Agência espacial norte-americana (NASA) sobre a quantidade de metano encontrada na atmosfera do planeta Marte. Para as pessoas que chegam ao Rio de janeiro é fácil identificar este gás ao atravessar a Linha Vermelha, uma linha expressa da cidade, na área próxima à ilha do Fundão, onde sentirá o odor nauseabundo emanado daquela região da Baía da Guanabara.

 

Alguns tipos de micro-organismos produzem metano em seu metabolismo. Sendo assim, este gás pode ser utilizado como marcador da presença de vida em atmosferas planetárias, embora possa ser produzido independentemente.

 

A quantidade de metano encontrada pelo laboratório Curiosity no planeta Marte, utilizando o espectrômetro a laser, foi seis vezes inferior às medições anteriores feitas por satélites e observações terrestres.

 

Segundo o principal autor da pesquisa, Chris Webster, do laboratório de Propulsão a Jato da NASA, as medições de metano na atmosfera de Marte foram realizadas a partir da primavera marciana até o final do verão, sem resultados relevantes. Segundo o pesquisador, a descoberta teria sido emocionante, mas existe muita confiança nos valores obtidos e o mais importante é a expansão do conhecimento científico obtido.

 

Segundo Michael Meyer, cientista-chefe para a exploração de Marte, este resultado irá ajudar a direcionar os esforços pela busca de vida no planeta Marte, pois reduz a probabilidade de possíveis micro-organismos produtores de metano. Como existem diferentes tipos de metabolismos microbianos conhecidos, que não produzem metano, os pesquisadores buscarão outros marcadores de vida.

 

Para as pessoas que posteriormente irão questionar os gastos com uma pesquisa com resultado negativo, devo lembrá-los o que disse Thomas Edison, inventor do gramofone, da lâmpada incandescente, entre outros aparelhos: “Se eu encontrar 10.000 maneiras que algo não vai funcionar, eu não falhei. Eu não estou desanimado, porque cada tentativa errada descartada é outro passo à frente.”

 

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Coluna do Astrônomo

As oposições de Marte

Vamos voltar, ainda uma vez (esta é a última…), às oposições de Marte e à relação entre os diversos períodos de tempo envolvidos nas suas ocorrências.

No último blog, foi mostrada a fórmula

1/Psinódico Marte = 1/Psideral Terra – 1/Psideral Marte

envolvendo os Períodos Siderais de Marte e da Terra, e o Período Sinódico de Marte. Vamos, então, dar uma demonstração bem intuitiva dessa relação.     Consideraremos que todos os períodos envolvidos sejam dados em dias terrestres.

Em 365,25 dias (período sideral do nosso planeta), a Terra terá percorrido um ângulo de 360o em torno do Sol. Concluímos, então, que em um dia ela percorrerá um ângulo igual a 360o/365,25. Neste mesmo tempo, Marte percorrerá um ângulo igual a 360o/686,98 (repare que o ângulo descrito por Marte é menor do que o ângulo descrito pela Terra, já que o período sideral de Marte é maior do que o da Terra). Então, a cada dia, a Terra avança um ângulo igual a 360o/365,25 – 360o/686,98 em relação a Marte; isto corresponde a 360o/Período Sinódico de Marte.

Assim, 360o/Período Sinódico de Marte = 360o/365,25 – 360o/686,98. Esta igualdade é a mesma que l/Período Sinódico de Marte = 1/365,26 – 1/686,98, ou, finalmente,

1/Psinódico Marte = 1/Psideral Terra – 1/Psideral Marte

Esta relação vale para qualquer planeta do Sistema Solar em relação à Terra, lembrando que, no caso de Vênus e Mercúrio, devemos inverter a ordem dos termos no lado direito da igualdade acima.

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Coluna do Astrônomo

O ecossistema artificial da Ilha da Ascensão: uma experiência de Terraformação

Recentemente li um artigo muito interessante sobre Charles Darwin, um dos personagens da História da Ciência que eu mais admiro. O texto falava da Ilha da Ascensão, uma pequena e remota ilha vulcânica na região da Dorsal Meso Atlântica. Há duzentos anos, Ascensão era um lugar desolado e estéril. Hoje, seus picos estão cobertos por florestas úmidas de altas altitudes, e Darwin tem um papel importante nesta história.

Em 1836, ao final da sua missão de cinco anos a bordo do H.M.S. Beagle, o jovem Darwin ancorou na Ilha da Ascensão, e em meio a toda aquela solidão e aridez, pode ter começado a arquitetar um plano brilhante, executado posteriormente com a ajuda de seu intrépido companheiro de viagem, o botânico e explorador Joseph Hooker. Alguns anos depois, em 1843, no retorno de uma viagem à Antartica, Hooker também parou em  Ascensão, um estratégico entreposto da Marinha Real Britânica, mas que sofria pela escassez de água potável. Constantemente varrida pelos ventos secos do sul da África e desprovida de árvores, a pouca chuva que caía rapidamente evaporava.

Em 1847, encorajado por Darwin, Hooker aconselhou a Marinha Real a colocar em prática um elaborado plano: com a ajuda do Jardim Botânico Kew Gardens, navios carregados de árvores seriam enviados a Ascensão. As árvores ajudariam a capturar mais chuva, a reduzir a evaporação e a criar solos férteis. A partir de 1850, navios chegavam constantemente a Ascensão, com plantas de Jardins Botânicos da Europa, África do Sul e Argentina. Em poucos anos, grandes mudanças aconteceram no pico mais alto da ilha, de 859 metros de altura, onde, ao final da década de 1870, floresciam abundantemente eucaliptos, pinheiros, bambus e bananeiras.

O que se vê hoje em Ascensão é uma floresta artificial, onde crescem lado a lado plantas que não são encontradas juntas na natureza. No pico mais alto, hoje conhecido como Green Mountain (Montanha Verde), as árvores capturam a umidade vinda do mar, formando um oásis no meio da aridez da ilha. Estes tipos de ecossistemas, que normalmente se desenvolvem ao longo de um lento processo evolutivo de milhões de anos, foi executado pela Marinha Real em apenas algumas décadas. Para alguns pesquisadores, Darwin, Hooker e a Marinha Real realizaram em Ascensão o primeiro experimento em Terraformação, ou seja, a modificação deliberada de um ambiente para torná-lo habitável.  Através do estudo do ecossistema da ilha, um sistema auto sustentável e que se auto reproduz, os princípios que dali emergem poderiam contribuir para transformar Marte em um lugar habitável. Devemos mais essa a Darwin…

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As oposições de Marte

Em um blog anterior, no mês de agosto, falamos que as oposições sucessivas de Marte acontecem com um intervalo de cerca de dois anos e dois meses, e este fato está relacionado com os períodos de revolução da Terra e de Marte em torno do Sol.
Vamos, agora, detalhar um pouco esse fenômeno.
Para evitar complicações matemáticas desnecessárias, consideramos que as órbitas de Marte e da Terra em torno do Sol são circulares (na verdade, elas são elipses de pequena excentricidade).
Você já deve ouvido falar que “o período é o tempo gasto para dar uma volta”. Essa definição de período tem lá suas falhas, mas serve para o que queremos mostrar.
Chamaremos de período sideral da Terra, o tempo que ela leva para dar uma volta completa em torno do Sol. De maneira semelhante, período sideral de Marte é o tempo que aquele planeta leva para completar seu percurso em volta do Sol.
Consideremos, agora, a situação na qual Marte está em oposição (posição 1 na figura).

Como a Terra se move mais rapidamente do que Marte, ela se adianta; quando a Terra completar uma volta, Marte estará mais à frente, mas ainda não deu uma volta. A Terra continua seu movimento e só voltará a alinhar-se com Marte, na oposição, após completar duas voltas e mais um pequeno ângulo (posição 2 na figura). Esta é a origem dos dois anos e dois meses aproximados citados acima.
O tempo gasto para ocorrerem duas oposições sucessivas de Marte é chamado período sinódico de Marte.
A questão, então, é a seguinte: qual a relação entre esses três períodos? A solução é simples, e vamos deixar que você faça a demonstração: o inverso do período sinódico de Marte (1/Psinódico Marte) é igual ao inverso do período sideral da Terra (1/Psideral Terra), menos o inverso do período sideral de Marte (1/Psideral Marte).

1/Psinódico Marte =  1/Psideral Terra –  1/Psideral Marte

Experimente comprovar essa relação usando os seguintes valores aproximados:
Período sinódico de Marte = 779,91 dias terrestres
Período sideral da Terra = 365,25 dias
Período sideral de Marte = 686,98 dias terrestres
 

Gilson Gomes Vieira

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Fatos e boatos sobre Marte

No mês de agosto, em alguns anos anteriores, a curiosidade dos internautas e da mídia foi despertada por um e-mail (des)informando que o planeta Marte seria visível com o tamanho de “duas luas no céu”. Isso começou em 2003, repetiu-se em 2005 e ainda nos anos ímpares seguintes. Nós estamos em um ano par, mas não custa já ficarmos prevenidos.

Em 2003, no mês de agosto, Marte ficou próximo da Terra durante a oposição (época em que o Sol, a Terra e Marte ficam aproximadamente alinhados, nessa ordem). Este é um fato astronômico normal, e está relacionado com os períodos de revolução da Terra e de Marte em torno do Sol.

Não se sabe muito bem de onde surgiu a informação de que aquele planeta apareceria tão grande para o observador na Terra. Na verdade, ele surgiria como um ponto bastante brilhante, porém nada muito maior que uma das estrelas brilhantes do céu.

O que causou mais estranheza foi o fato de que, em 2005 e 2007, no mesmo mês de agosto, o mesmo e-mail abarrotou as caixas postais de todo mundo.

Certamente, tratou-se de uma brincadeira (de mau gosto, diga-se de passagem). Para você entender por quê, saiba que as oposições sucessivas de Marte acontecem com um intervalo de cerca de dois anos e dois meses. Assim, em 2005, o planeta aproximou-se da Terra no mês de outubro e, em 2007, em dezembro.

Então, em agosto do ano que vem, quando você receber um e-mail informando que Marte vai ficar tão grande a ponto de ofuscar a Lua, simplesmente apague-o.

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Próxima parada: Marte!

Em 2011, a NASA enviará para o planeta Marte mais uma sonda. Dentro dela, um robô terá a missão de estudar se o planeta vermelho já teve ou tem condições para a existência de alguma forma de vida. Mas não fique achando que estamos falando de homenzinhos verdes, como nos filmes de ficção científica. O robô vai procurar por formas de vida bem pequenas, como os micróbios ou bactérias.

Você pode participar dessa missão! Entrando no site da NASA, você pode incluir o seu nome no microship que estará dentro do robô.

Para isso, você tem que ir para o seguinte endereço:

http://marsparticipate.jpl.nasa.gov/msl/participate/sendyourname/

A seguir, preencha com o seu nome (first name) e sobrenome (last name), o país de origem (select your country) e o CEP (enter your zipcode).

Será possível gerar um certificado que você poderá imprimir.

Então, vamos embarcar nessa?