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Coluna do Astrônomo

Anel em pequenos corpos

 

Figura 1 – Curva de Luz da estrela UCAC4 248-108672 durante a ocultação pelo asteroide Chariklo. (Crédito: ESO)

 

Enormes, com muita massa e um número grande de luas, os planetas gasosos destacam-se também pela presença de anéis ao seu redor. O único conjunto de anéis notado da Terra, por pequenos telescópios, é o do planeta Saturno. No entanto as sondas espaciais que visitam estes planetas nos últimos 30 anos confirmaram a presença desta estrutura em todos eles.

 

A própria Terra já possuiu, logo no início de sua formação, um anel causado pela colisão com um planetesimal (termo usado em astronomia para designar planeta em formação) cujas dimensões assemelhavam-se a de Marte. O material da crosta terrestre ejetado pelo choque ficou vagando em órbita formando um pequeno anel que, posteriormente, uniu-se formando nossa Lua.

 

De acordo com a amostra que tínhamos até agora, apenas corpos com grande massa possuíam anéis. Esta ideia mudou após a observação da ocultação de uma estrela pelo asteroide Chariklo. Este pequeno objeto, de apenas 250km, pertence à classe de asteroides Centauro, cuja característica principal é apresentar órbitas instáveis e deslocarem-se entre os planetas gigantes. Especula-se, devido às suas características muito diferentes dos objetos do cinturão de asteroides, localizado entre os planetas Marte e Júpiter, que os Centauros tenham a sua origem no Cinturão de Kuiper, situado após o planeta Netuno (Saiba mais).

 

Capitaneada pelo brasileiro Felipe Braga-Ribas (Observatório Nacional/MCTI), uma equipe de astrônomos, em sete telescópios diferentes, fizeram a curva de luz da estrela UCAC4 248-108672 durante a ocultação pelo asteroide, ou seja, estudou como a luminosidade da estrela se comportava durante a passagem do asteroide na frente da estrela, o que aconteceu no dia 3 de junho de 2013. O resultado pode ser observado no gráfico abaixo:

Observa-se no gráfico acima duas pequenas quedas na luminosidade da estrela antes e depois do fenômeno principal, que é a ocultação propriamente dita. Note que as quedas no fluxo luminoso da estrela ocorrem no mesmo intervalo e com a mesma intensidade, indicando a presença de objetos diametralmente opostos ao asteroide.

Veja a evolução da curva de luz durante a ocultação clicando aqui.
A cooperação com outros observatórios permitiu que diversas características do anel pudessem ser obtidas, como por exemplo: a espessura, a orientação e a forma deste.
Figura 2 – Contribuição e localização dos diversos observatórios. (Crédito: Nature)

 

Com dois anéis de espessuras de sete e três quilômetros, e um intervalo entre eles de nove quilômetros, o sistema de anéis encontrado pelos pesquisadores é único, até agora, em um corpo de pequenas dimensões. Os anéis foram denominados Oiapoque e Chuí, informalmente, pois quem faz as denominações oficiais é o Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional.

 

 

Como disse Braga-Ribas: “Não estávamos à procura de anéis, nem pensávamos que pequenos corpos como o Chariklo os poderiam ter, por isso esta descoberta – e a quantidade extraordinária de detalhes que obtivemos do sistema – foi para nós uma grande surpresa!”.

 

Figura 3 – Concepção artística do asteroide Chariklo e seu sistema de anéis. (Crédito: ESO)

 

A hipótese formulada para tentar explicar a presença de anéis é semelhante à da formação de nossa Lua: uma colisão com outro objeto lançou fragmentos para o espaço, e estes ficaram aprisionados pela gravidade do objeto.

 

Braga-Ribas sugere a presença de pelo menos uma lua ao redor do asteroide que esteja ordenando a forma do anel, como as luas pastoras que se encontram entre os anéis de Saturno, e que o material do anel, formado possivelmente de rocha e gelo, possa no futuro formar uma ou mais luas.

 

Esta semana está sendo bem movimentada para as pesquisas sobre o sistema Solar. Além da descoberta de anéis ao redor de um asteroide, um novo planeta-não foi incluído em nossa lista de objetos (falaremos sobre ele em outro artigo).

 

Desejamos sucesso para o Felipe Braga-Ribas e toda a sua equipe, esperado ansiosamente por novas descobertas.

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Coluna do Astrônomo

Saturno ainda mais belo

 

Saturno, sem dúvida, é o mais belo dos planetas, com o seu fabuloso sistema de anéis que têm intrigado os astrônomos desde o século XVII, com o surgimento da luneta astronômica. Não é o único planeta com anéis (Júpiter, Urano e Netuno também têm), mas com certeza, seus anéis são os mais espetaculares, estendendo-se por mais de 280.000 km (incríveis três quartos da distância Terra-Lua) e com uma espessura de cerca de 1 km.

 

 

Nos anéis existem bilhões de objetos, com tamanhos variando desde minúsculos grãos de gelo até gigantescas estruturas do tamanho de montanhas. Acredita-se que os anéis sejam destroços de cometas, asteroides ou luas, que foram despedaçados ao se aproximarem do intenso campo gravitacional do gigante gasoso. A missão Cassini, da NASA, foi enviada ao planeta, visando entender melhor como os anéis se formaram e como eles mantêm suas orbitas.

 

 

A missão Cassini permite, também, enxergar os anéis de uma perspectiva totalmente inusitada. Os planetas giram ao redor do Sol aproximadamente no mesmo plano, e os anéis não estão muito afastados deste plano. Como consequência, não é possível, a partir da Terra, enxergar os anéis de “topo”. A primeira imagem abaixo ilustra as possíveis visões dos anéis que podemos ver da Terra. Felizmente a órbita da sonda Cassini permite visualizar os anéis de Saturno de “topo”, oferecendo belas imagens, como a segunda imagem abaixo. Na imagem da Cassini, fica clara a separação do planeta em relação aos anéis, oferecendo uma perspectiva ainda mais bela do planeta.

 

 

Gostou? Você pode acompanhar mais novidades da missão Cassini no link http://www.nasa.gov/mission_pages/cassini/main/index.html#.UmAfidKsiSo.