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Coluna do Astrônomo

Mulheres que Calculavam o Céu

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O dia 8 de março é dedicado à mulher. Entre os vários estereótipos sexistas que existiram por muito tempo foi a imagem de que ciência é coisa para homens, principalmente as chamadas ciências exatas. Com a Astronomia e demais ciências espaciais não foi diferente. A conquista espacial ficou, por muito tempo, associada a homens, sobretudo os astronautas. Faz algum tempo escrevi um post neste blog sobre mulheres astronautas e no meu blog pessoal também. Desde o voo de Valentina Thereshkova, a bordo da Vostok 5 em 1963, muitas mulheres tripularam naves espaciais. As mulheres têm participado da Astronomia desde muito tempo, não só tripulando naves, mas calculando o céu.

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Eclipse no carnaval: 26/02/2017

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No próximo domingo (26/02/2017) tem eclipse solar anular visível como parcial em mais da metade do país. No Rio será pela manhã, mas será que alguém vai querer ver eclipse em pleno carnaval? 

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Cubesats, minissatélites ao seu alcance

Imagine você ser capaz de montar um satélite que realmente vai ao espaço e que realmente vai desempenhar uma função em órbita? Isto já é possível. O barateamento dos lançadores privados e a miniaturização dos instrumentos embarcados põem o espaço ao alcance de pessoas físicas e pequenas instituições. Com um preço equivalente ao de um automóvel novo, existe a possibilidade de montar, com relativa facilidade, minissatélites funcionais.

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Em 1999, dois pesquisadores americanos, Jordi Puig-Suari (California Polytechnic State University) e Bob Twiggs (Stanford University) desenvolveram as especificações que se tornaram padrão para minissatélites: os Cubesats. Seriam cubos de 10 cm de aresta e aproximadamente 1 kg de peso. O objetivo inicial era disponibilizar acesso para universidades ao espaço. Nestes pequenos satélites os painéis solares e antenas vão dobrados ao redor destas unidades cúbicas.

Os primeiros cubesats foram lançados em 2003 a bordo de um antigo míssil russo adaptado para foguete lançador de satélites ao custo de US$40.000. Foram seis satélites lançados ao mesmo tempo. Em 2004, um cubesat custava algo em torno de US$65000 (construção e lançamento). Pode parecer muito, mas saiba que parar lançar um satélite convencional não sai por menos de US$100.000.

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Por serem leves e pequenos, os cubesats podem ser lançados como carga secundária por qualquer foguete que envie um satélite convencional ao espaço. O barateamento dos foguetes é um processo natural do desenvolvimento tecnológico. Com os primeiros testes de foguetes reutilizáveis vai ser ainda mais barato colocar satélites em órbitas. A partir do último estágio de um lançador, os cubesats são disparados por molas a partir de uma caixa denominada Poly-Picosatellite Orbital Deployer – P-POD. Os dados de telemetria são captados por antenas e receptores semelhantes aos utilizados em radioamadorismo.

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A unidade padrão de cubesat é denominada 1U. Mas são possíveis combinações destes padrões como 2U, 3U e até mais. Estas combinações permitem satélites maiores com mais recursos. Existem planos de enviar cubesats à Lua e até a Marte.

Em 2014, vários cubesats foram postos a partir da ISS. Mais de duzentos destes dispositivos foram lançados desde 2003 até hoje. Os cubesats comerciais têm aumentado muitíssimo nos últimos quatro anos por vários países.

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O primeiro cubesat brasileiro foi o NanossatC-BR1 (desenvolvido pelo Instituto Nacional de Pesquisa Espacial – INPE e pela Universidade Federal de Santa Maria – UFSM) e foi lançado por um foguete russo Dnepr em 2014. Em janeiro de 2015, o AESP-14 (desenvolvido pelo Instituto Tecnológico da Aeronáutica – ITA e pelo INPE) foi em órbita a partir da ISS. Infelizmente, não conseguiu estender sua antena de comunicação.

A Universidade Federal de Santa Catarina participa do projeto Serpens, lançado com sucesso em 2015. Hoje temos alguns grupos brasileiros desenvolvendo seus cubesats. O Instituto Mauá de Tecnologia, por exemplo, é um destes grupos. O ITA desenvolveu seu cubesat denominado ITASAT, que ainda aguarda lançamento. O Brasil tem planos de enviar uma sonda à Lua usando o padrão cubesat. Trata-se do Garatéa-L desenvolvido pela USP e projetado para ser lançado por um foguete indiano, previsto para 2020. 

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Quer saber mais sobre sondas espaciais? Visite este link.

 

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Estamos preparados para um impacto meteórico?

Diariamente cai sobre a Terra uma quantidade razoável de rochas espaciais. Enquanto estão no espaço são chamados de meteoroides. A maior parte não é maior que uma azeitona e se queima ao entrar na atmosfera, a estes chamamos de meteoros. Um objeto ao entrar com alta velocidade na nossa atmosfera comprime o ar rapidamente. Esta compressão súbita produz uma onda de choque que cria uma bola de fogo. Este calor é suficiente para volatizar a maior parte dos corpos que entram na atmosfera vindos do espaço. Objetos grandes o suficiente para não se consumirem totalmente na entrada podem vir a atingir a superfície terrestre, a estes chamamos de meteoritos. Como nosso planeta é coberto por oceanos em sua maior parte, a probabilidade de um destes meteoritos atingir áreas densamente povoadas é menor do que ganhar na loteria. Daí a atingir uma pessoa é ainda mais raro. Há pouquíssimos casos registrados.

A direita acima, Elizabeth Ann Hodges, Alabama (EUA), atingida por um meteorito. Ela doou o meteorito a um museu anos depois (esquerda). A direita e abaixo, o menino Gerrit Blank, Essen (Alemanha), mostrando o pequenino meteorito e que feriu sua mão.

Para causar grande destruição um meteorito tem que ser muito grande mesmo: acima de algumas dezenas de quilômetros. Estes corpos são ainda mais raros. Toda vez que me perguntam se existe a possibilidade de que um meteorito enorme venha causar uma catástrofe de grandes proporções eu tenho que responder que sim, mas tenho a obrigação de afastar o alarmismo.  Este tipo de impacto é possível mas bem pouco provável. Já aconteceu antes: as diversas crateras encontradas na superfície terrestre é prova disso. É bem difícil de acontecer de novo mas não é impossível.

Lembro de alguns filmes-catástrofe de Hollywood que fizeram relativo sucesso alimentando o alarmismo. Os mais recentes são Impacto Profundo (Mimi Leder) e Armagedom (Michel Bay), ambos de 1998. No primeiro é o astro ameaçador é um cometa e o no segundo um asteroide. A diferença entre asteroide e cometa é essencialmente a composição química:  o primeiro é composto de rocha e metal e o segundo gases e poeira congelados. Ambos são proporcionalmente perigosos dependendo da velocidade e da massa. Ainda me lembro de um ainda mais antigo Meteoro (Ronald Neame, 1979) com o grande Sean Connery em plena Guerra Fria. Em todos eles o corpo aparece a tempo de alguém tentar explodi-lo com armas nucleares. Mas mesmo assim alguma coisa passa e causa muita catástrofe.

Filmes sobre o tema – Esquerda: Meteoro (1979), Centro: Armagedom (1998) e Direita: Impacto Profundo (1998).

Se o astro impactante for descoberto com a devida antecedência vários expedientes podem ser tentando para evitar o pior. Explodir o astro com bombas atômicas não é a única solução possível e nem a melhor dependendo das condições. Basta desviar um pouco a órbita para que o corpo não colida com a Terra. Poderemos usar foguetes presos ao meteoroide ou até vaporizar partes dele com um laser ou simples espelhos refletindo a luz do Sol.  Até pintar o meteoroide funcionaria. Sim, se mudarmos a forma como o corpo reflete a luz do Sol muda sua órbita. A luz exerce uma suave pressão sobre qualquer objeto; no espaço essa força é suficiente para desviar um meteoroide da sua rota.

Recentemente o governo norte-americano fez exercícios simulando o impacto de um corpo celeste em seu território tentando responder perguntas como: Como reagir se não der pra evitar o impacto? Como evacuar a tempo? Quais problemas seriam enfrentados? Se tomarmos como exemplo o que acontece nos filmes, o pânico vai causar mais danos que o próprio meteorito.

Ver a matéria original no site do Globo (07/11/2016).

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Io: uma lua vulcânica

Uma lua coberta de enxofre, girando ao redor de um planeta gigante gasoso que mais parece uma pizza estragada. Um lugar repleto de vulcões em frequente atividade. Um ambiente hostil e banhado por grande quantidade de radiação. Parece algum mundo distante e selvagem, no outro lado da Galáxia mas não é. Trata-se de Io, bem aqui nas redondezas, uma das maiores luas de Júpiter e o astro com vulcanismo mais ativo do Sistema Solar.

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Sputnik, o primeiro satélite artificial

Em 04 de Outubro de 1957 foi lançado o primeiro satélite artificial da Terra, o Sputnik. Em russo, Sputnik significava algo como “companheiro de viagem”, uma referência ao fato de acompanhar a Terra no seu movimento ao redor do Sol.

Este evento não foi só um avanço tecnológico marcante, mas o primeiro ponto de uma competição entre as duas superpotências que emergiram da Segunda Grande Guerra: EUA e URSS. A corrida espacial, inciada com a dianteira soviética, foi a contrapartida orbital de um conflito silencioso que já estava sendo travado aqui embaixo na Terra.

Os EUA estavam tentando, já há algum tempo, pôr um satélite em órbita quando receberam a notícia do Sputnik com assombro. A diferença entre um foguete lançador de satélites e um míssil intercontinental é relativamente pequena. Desde o fim da última grande guerra, bombas voadoras V2 capturadas na Alemanha serviram de inspiração para projetos militares no ocidente e oriente. Os primeiros mísseis intercontinentais estavam em franco desenvolvimento. Mas o objetivo espacial continuava vivo.

Do lado americano Wernher von Braun (1912-77), engenheiro alemão que desenvolveu a V2, enfrentava dificuldades técnicas e políticas para atingir o objetivo de pôr um objeto em órbita. Do lado soviético foi Sergei Korolev (1906-66) quem desenvolveu o R7, um foguete revolucionário. O R7 tinha dois estágios. O primeiro era composto de quatro cones ao redor do segundo estágio cilíndrico. Os cones se desprendiam durante o lançamento. O R7 usava querosene e oxigênio líquido como propelentes e tinha sido planejado para ser um míssil. Mais tarde este foguete deu origem a uma família de foguetes ativos até hoje.

O Sputnik era de uma simplicidade assombrosa: uma esfera de aproximadamente 58 cm, quatro antenas, baterias, um emissor de rádio, sensores de pressão e temperatura. O sinal de rádio do Sputnik era facilmente detectado por rádios caseiros. As primeiras vezes que ele passou sobre os EUA causava certo constrangimento, poderia dizer que essa era sua principal missão. 

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O oceano de Europa

Pouco menor que a nossa Lua, Europa, a quarta maior lua de Júpiter, é um mundo interessantíssimo. Descoberta em 1610 por Galileu Galilei, Europa só teve sua superfície revelada detalhadamente em 1979 com as sondas Voyager. Antes mesmo das sondas espaciais chegarem a Europa existia indicação de que a sua superfície era coberta de gelo, entretanto foram as fotos de alta resolução de Voyager 2 que fizeram diferença. Tais imagens mostraram claramente um complexo padrão de fendas na crosta congelada. Os dados de massa e densidade alimentaram a ideia da existência de um oceano por baixo da crosta fraturada de gelo. Em 1998, os dados da sonda Galileo confirmaram ainda mais os modelos do interior de Europa.

Esta semana a NASA, através do Space Telescope Science Institute, noticiou a descoberta de plumas de vapor d’água escapando da superfície de Europa semelhante aos gêisers terrestres. Estas plumas chegam a alturas de 200 quilômetros configurando uma espécie de “vulcanismo” de água. Este vapor escapa através de aberturas na crosta congelada vindo do oceano existente logo abaixo. As estimativas iniciais preveem uma quantidade de água duas vezes maior do que a encontrada nos oceanos terrestres. A técnica utilizada foi observar as bordas do disco de Europa a medida que passava pelo disco de Júpiter.

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Já havia planos de enviar sondas a Europa. Esta sondas perfurariam o gelo e enviariam pequenos drones submarinos para explorar estes oceanos ocultos. Este ambiente é o mais favorável para condições de sustentar vida no Sistema Solar. Com a última descoberta do Hubble Space Telescope, Europa ganha ainda mais valor como alvo de missões futuras. Esta possibilidade de analisar a água do oceano de Europa sem ser precisar perfurar é uma oportunidade e tanto.

Na ficção científica este astro curioso já havia inspirado muitas obras interessantes, como o filme e o livro “2010, o Ano que Faremos Contato” (1982) de Arthur C. Clarke e, recentemente, o filme Europa Report (2013), dirigido por Sebastián Cordero. Ambos os filmes exploram a possibilidade de vida em Europa.

Já se havia identificado este tipo de gêiser de água em outra lua no sistema solar. A sonda Cassini em 2005 detectou o mesmo fenômeno em Encélado, lua de Saturno. Tudo isso abre fronteiras muito promissoras para busca de vida aqui mesmo no nosso Sistema Solar.

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150 Anos do Nascimento de H.G.Wells

Quem foi o primeiro a imaginar invisibilidade, viagem no tempo, antigravidade, bomba atômica e o laser? Todos estes elementos básicos da ficção científica foram produto da mesma mente brilhante: H. G. Wells.

Em 21 de setembro de 1866 (quase 150 anos atras) nasce em Londres (Inglaterra,) Herbert George Wells foi o pai da ficção científica moderna. Júlio Verne (1828-1905) que me perdoe mas ele está mais pra avô da ficção científica e a Mary Shelly (1797-1851) seria a bisavó. H. G. Wells segue uma linha de ficção científica menos preocupada com a exatidão científica mas voltada no enredo humano chamada soft science fiction.

Sua primeira obra foi exatamente aquela que inaugurou outro sub-gênero instigante e muito popular hoje em dia: a distopia.  O livro se chamava a Máquina do Tempo (1895). Não foi a primeira história de viagem no tempo mas foi a primeira feita por uma máquina. O ícone da máquina do tempo vai permear a ficção científica anos mais tarde em várias obras como o Túnel do Tempo (1960), O Exterminador do Futuro (1984), De Volta para o Futuro (1985) e  Star Trek: O Primeiro Contato (1996). Mas a viagem no tempo é só uma desculpa para Wells discutir as diferenças de classes sociais da Inglaterra da Revolução Industrial. Essa classes são separadas ao extremo da metáfora ficcional de duas raças provenientes do Homo Sapiens.  Uma curiosidade: o filme mais recente A Máquina do Tempo (2002) foi dirigido por Simon Wells, bisneto de autor vitoriano.

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Se quiser ver o filme a Máquina do Tempo (1960) e participar deu um excelente debate sobre o tema venha ao Cineclube SciFi: Máquina do Tempo de 24 de setembro de 2016 no Planetário do Rio .  É gratuito.

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Por que Setembro SciFi?

Várias datas relativas à Ficção Científica fazem aniversários redondos este ano. Realmente os anos sessenta foram muito propícios para que toda esta cultura scifi crescesse. Havia toda uma efervescência cultural, científica, tecnológica e política naqueles anos onde brotou toda uma gama de histórias icônicas.

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A data mais célebre certamente foi o 8 de setembro de 1966 com os 50 anos de Star Trek. Mas disso nós já falamos. Há uma data mais antiga e muito notável que acontece exatamente cinco anos antes: 8 de setembro de 1961, 55 anos do lançamento da mais longeva space opera, conhecida através dos livros da série Perry Rhodan – até hoje são lançados números desta saga intergaláctica alemã que não chegou a despontar na TV nem no cinema de forma destacada. Perry Rhodan tinha tudo que a gente quer numa saga espacial: naves espaciais fantásticas, alienígenas perigosos, mutantes poderosos, intrigas galácticas, robôs, armas de raios e planetas exóticos. Resumindo a história, sem muitos spoilers: um herói que une os governos da Terra usando tecnologia de uma raça alienígena encontrada numa nave danificada na superfície lunar. Depois disso, ele transforma a Terra numa potência galáctica com aventuras a cada vez mais fantásticas.

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Outra série de sucesso da TV dos anos 60 também faz aniversário em setembro: Lost  in Space (Perdidos no Espaço) foi lançado no ano de 1968 pela CBS pelo famoso produtor Irwin Allen, que criou várias outras séries televisivas de ficção cientifíca como Viagem ao Fundo Mar e Terra de Gigantes, esta última lançada ao mesmo tempo que Perdidos no Espaço. Perdidos no Espaço é mais um scifi de setembro: A história fala sobre uma família que se perde no caminho para Alfa Centauri, o Robinsons. O vilão, Dr. Smith, toma um destaque inesperado na série dando um tom de humor que acaba por atingir o público infantil.

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9 de setembro de 1966. Apenas um dia depois de Star Trek estrear na televisão, surge outro grande sucesso da mesma mídia. Há 50 anos, The Time Tunnel (Túnel do Tempo), era exibido pela primeira vez. O primeiro episódio, chamado Rendezvous With Yesterday (Volta ao Passado), conta como dois cientistas, Doug e Tony, ficaram perdidos no tempo ao tentar fazer uma viagem de ida e volta a 1912, a bordo do transatlântico Titanic antes dele afundar. Eu aprendi muita história assistindo essa série. Acho que nunca tinha ouvido falar no navio Titanic ou do vulcão Krakatoa antes. A temática de viajar no tempo continua sendo presente na nossa literatura e na nossa imaginação.

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O primeiro a pensar numa “máquina do tempo” foi H. G. Wells. Este autor também faz aniversário em setembro, mas isso é assunto para outro artigo. Aguardem!

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Uma Jornada de 50 Anos

Espaço: a fronteira final. Estas são as viagens da nave estelar Enterprise. Em sua missão de cinco anos… para explorar novos mundos… para pesquisar novas vidas… novas civilizações… audaciosamente indo onde nenhum homem jamais esteve.

A jornada acabou por durar muito mais que cinco anos. Em 8 de setembro de 1966, foi exibido o primeiro episódio da série ficção científica de TV mais famosa de todas: Star Trek (Jornada nas Estrelas para os brasileiros). O criador deste fenômeno pop foi Gene Roddenberry (1921-1991), um policial e ex-piloto de guerra que se tornou roteirista de TV. Desde então, mais cinco séries spin-off surgiram para TV e doze longas-metragens foram produzidos. Está previsto para setembro de 2016 o lançamento do décimo terceiro longa-metragem, Star Trek Beyond, e janeiro de 2017 a estreia de sétima série de TV: Star Trek Discovery.

Os roteiros inteligentes, a principio, assustaram os produtores das principais emissoras de TV, que consideraram o episódio piloto (The Cage) muito “cerebral”. Depois de ser recusada por várias emissoras, a série teve um início razoavelmente humilde, o que levou a emissora NBC a cancelar o programa na primeira temporada devido aos baixos índices de audiência.

Ao suspender o seriado, a emissora foi inundada de cartas de fãs pedindo a sua continuação. Após os sucessos no cinema de 2001, Uma Odisseia no Espaço (1968) e, mais tarde, Star Wars (1977), a série de TV chegaria ao cinema com Star Trek: The Motion Picture (1979). Em 1987, uma nova série da franquia surgiu na TV dando novo folego aos fãs: Star Trek: The Next Generation (1987-1994). Esta nova etapa foi sucedida por diversos filmes até 2002 e três outras séries de TV sucessivas até 2005. Com os longas-metragens mais recentes do diretor J.J. Abrams, a franquia provou que ainda está viva.

Star Trek trouxe influências importantes na sociedade moderna. Influências sociais, políticas, culturais e até científicas. É muito comum se referir às tecnologias previstas pela série que se tornaram reais: smartphones, tablets, materiais especias e comandos de voz para computadores. Entretanto, não foi só isso: muitas vocações científicas foram despertadas por Star Trek. Quando a série atingiu seu auge nos fins da década de 60, vários fã-clubes em universidades se reuniam para discutir os detalhes científicos e éticos dos episódios. Artistas, cientista e políticos afirmam a importância da série em sua formação (ver este artigo).

Aproveite este mês de setembro para conhecer o universo da ficção científica no Planetário do Rio.