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Coluna do Astrônomo

Imagem detalhada de galáxia brilhante

Na semana que passou o telescópio VST (Telescópio de Campo Muito Grande, numa tradução livre) fez as suas primeiras imagens de teste. Ele é o maior telescópio exclusivo para observação  no visível, com 2,6 metros de diâmetro e um campo de tamanho igual a duas Luas cheias. Para obter detalhes de estrelas recém-formadas, ele recebe a ajuda de outro telescópio, também gigante, o VISTA, que opera no infravermelho. Ambos se localizam no deserto do Chile, em Cerro Paranal, um dos melhores locais para observação do mundo.

Na imagem divulgada, podemos ver a Galáxia do Escultor que pode ser observada por binóculo.

Esta galáxia, também conhecida como NGC 253, é um verdadeiro berçário de estrelas e, por isso, bastante brilhante, além de estar bem próxima em termos astronômicos (11,5 milhões de anos-luz). Essas estrelas “bebês” gigantes e quentes fazem o gás ao seu redor brilhar, destacando partes da galáxia (em azul na imagem).

A imagem é fantástica! E este é apenas um dos testes deste telescópio. Imaginem o que vem por aí.

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Gáses Primordiais

Quando queremos saber sobre a origem e evolução do Sistema Solar, precisamos conhecer os objetos que não foram modificados desde a contração da nebulosa original. Esses corpos celestes são os asteroides e os cometas. Eles preservam a configuração original e podemos, assim, desenvolver as teorias necessárias para compreender de onde viemos e como surgimos.

Mas quando falamos do Universo, que é tudo o que existe, ainda não tínhamos nenhuma pista das nuvens primordiais. Eu falo “não tínhamos” porque agora foram encontradas duas nuvens que possuem essas características.

Como nuvem primordial consideramos aquelas que contêm apenas elementos leves, como o hidrogênio e o hélio. Nosso Sol, por exemplo, foi formado de uma nebulosa que foi contaminada por elementos pesados, como ferro, ouro etc. Isso ocorreu através da explosão de uma ou mais estrelas próximas: as supernovas.

As nuvens primordiais foram encontradas próximas a quasares, o que seria o mais provável, pois eles são os objetos mais distantes observados e, consequentemente, os mais antigos. Com essa descoberta, a teoria do Big Bang ganha um grande reforço, que prevê a formação de tais nuvens logo após o seu início.

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Pulsar: a morte de uma estrela

 

A teoria da evolução estelar nos revela estranhos e fantásticos objetos. E o mais espetacular deles talvez seja a explosão de uma estrela: uma supernova. Isso ocorre com as estrelas que foram formadas com pelo menos mais de 10 vezes a massa do Sol.

As estrelas são verdadeiras “fornalhas” que fabricam os elementos químicos que conhecemos e que fazem parte de todos nós. Como exemplo, temos o cálcio dos nossos ossos, o ferro do nosso sangue etc.

Mas as estrelas têm um prazo de validade. Quando chegam a produzir o elemento ferro, elas não conseguem mais produzir energia a partir dele. Assim, o seu núcleo contrai em frações de segundo e o material imediatamente acima deste núcleo de ferro desaba sobre ele, sendo violentamente repelido. Dá-se a explosão.

Este evento é tão violento que as supernovas podem ser vistas em galáxias distantes. Energia equivalente a milhões de sóis é liberada em instantes.

Mas resta um núcleo que pode ser uma estrela de nêutrons. Ela terá um tamanho de uma grande cidade, como a do Rio de Janeiro, e uma massa de pelo menos 1,4 vezes a do Sol. Portanto, sua densidade é altíssima e sua velocidade de rotação também, como consequência da conservação do momento angular.

Essa estrela de nêutrons libera energia pelos seus polos magnéticos e, se estiverem voltados para a Terra, podemos observá-la como um farol que orienta navios. Pulsos em intervalos precisos são enviados e podemos detectá-los em ondas de rádio, principalmente. São os pulsares.

Mas não é só em rádio que podemos observar os pulsares. Alguns são vistos, literalmente, como é o caso do objeto que está no centro da nebulosa do Caranguejo, registrada em 1.054 por vários povos ao redor do mundo.

Mais recentemente, com a ajuda do telescópio Fermi (em homenagem ao grande físico Enrico Fermi – Prêmio Nobel em 1938), estamos descobrindo pulsares que brilham muito no comprimento de raios gama. E nesta janela de observação os pulsares que giram em torno de si em milissegundos estão se destacando.

O pulsar J1823-3021A gira 11.100 vezes por minuto, ou seja, completa uma rotação a cada 5,44 milissegundos. Pensava-se que a emissão observada no aglomerado a que ele pertence era proveniente de vários pulsares. Mas o estudo mostrou que  apenas este pulsar parece responder por toda a emissão de raios gama observada.

Essa descoberta pode ser fundamental para termos uma visão mais clara da formação destes enigmáticos objetos.

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China: a nova potência espacial

Ontem, 2 de novembro de 2011, a China deu um grande passo para se consolidar como uma das potências espaciais. As naves Tiangong 1 e Shenzhou 8, no espaço desde 29 de setembro e 31 de outubro, respectivamente, fizeram um acoplamento, totalmente controlado da Terra. Essas naves não são tripuladas, pelo menos por enquanto.

Shenzhou, que em mandarim significa barco divino, e Tiangong, palácio celestial, ficarão duas semanas juntas e depois serão separadas. Porém, alguns dias depois elas voltarão a se acoplar. Esse segundo encontro dará uma segurança maior para as pretensões chinesas. Mas Tiangong 1 ainda servirá para novos experimentos de acoplagem com outras naves da série Shenzhou no futuro.

A China vem desenvolvendo sua tecnologia espacial para, em 2020, ter a sua primeira estação espacial. Este não é o seu objetivo final, mas sim o início de era de conquista espacial que possivelmente passará pela conquista da Lua por taikonautas (aasim se chamam os astronautas chineses).

Hoje estamos vendo a China conquistar o mercado mundial com seus produtos e, num futuro próximo, ela estará também conquistando o espaço. Torcemos para que ela traga boas novas para a Astronomia!

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Primórdios do Sistema Solar

Há muito se sabe que pequenos corpos celestes trazem a assinatura dos primeiros momentos do Sistema Solar. Esses objetos são os asteroides e os cometas. Os primeiros se concentram, principalmente em uma região entre os planetas Marte e Júpiter, conhecida como Cinturão de asteroides. Já os cometas se distribuem em duas regiões mais externas, além do planeta Netuno: o Cinturão de Kuiper (que também contem asteroides) e a Nuvem de Oort.

Esses objetos não sofreram muitas interferências desde o seu surgimento, ao contrário dos planetas que foram formados através de sucessivos choques de objetos menores. Por isso eles nos trazem informações dos estágios mais antigos de nosso sistema planetário. Isso é muito importante para construirmos uma teoria da formação do Sistema Solar e, até mesmo, para conhecermos melhor a formação de planetas em outros sistemas planetários.

O asteroide Lutetia, descoberto em 1852, foi recentemente vasculhado pela sonda espacial europeia Rosetta. As informações coletadas dão fortes indícios que este objeto, com cerca de 100 quilômetros de diâmetro (esse é um valor aproximado porque os asteroides não são esféricos), é um planetesimal original, ou seja, não é um fragmento de um objeto maior, como a maioria dos asteroides.

Lutetia deriva do nome latino da cidade de Paris, quando estava sob o domínio do império romano. Paris, por sua vez, é considerada a cidade luz. Lutetia vem agora iluminar nossos conhecimentos sobre o nascimento do Sistema Solar. Fiat lux!

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Coluna do Astrônomo

Microssatélites e mudanças climáticas

O Brasil tentará nos próximos dias firmar um acordo com a Índia e a África do Sul para o lançamento de dois microssatélites: um para observar a Terra e outro para estudar o clima espacial.

Dominar a tecnologia de lançamento, controle no espaço e construção de satélites é um dos mais promissores investimentos que um país pode almejar se deseja ser uma grande potência. A Índia se mostra reticente diante deste acordo, pois ela prefere investir em projetos mais audaciosos, uma vez que está à frente destes países na questão tecnológica. O Brasil e a África do Sul dependem de outros países para levar adiante os seus projetos.

O estudo do clima espacial é importante, principalmente no que diz respeito a variações ocorridas no Sol que podem afetar a Terra. Isso ocorre, por exemplo, quando o Sol, em épocas de máxima atividade, lança para o espaço muitas partículas eletricamente carregadas. Essas partículas podem danificar satélites de comunicação e provocar panes nas redes de transmissão de energia.

Já o satélite de observação da Terra faz um trabalho minucioso de controle das mudanças climáticas em nosso país. Monitora as queimadas, desmatamentos irregulares e pode prevenir catástrofes. Como nosso país tem dimensões continentais, é de suma importância termos vários satélites para monitorar nossas terras.

O homem tem contribuído muito com as mudanças do clima terrestre observadas recentemente. Todos os países devem procurar soluções para minimizar os problemas que tendem a aumentar com o tempo. Um esforço importante neste sentido, conscientizando a população para fazer a sua parte, já está sendo feito pela mídia e pela comunidade científica. Nestes dias – 18 a 23/10/2011 – acontece a Semana Nacional de Ciência e Tecnologia, com o tema “Mudanças climáticas, desastres naturais e prevenção de risco”.

Esperamos que todos façam a sua parte e que o Brasil consiga “decolar” os projetos dos microssatélites!

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Coluna do Astrônomo

Água dos cometas

 

 

A cada 6,46 anos somos “visitados” pelo cometa 103P/Hartley 2. Este pequeno objeto, originário do cinturão de Kuiper (além da órbita de Netuno) e com cerca de  1,5 quilômetro de diâmetro, teve a sua última passagem próxima à Terra em outubro de 2010. Naquela ocasião ele chegou a 18 milhões de quilômetros de nós. Seu próximo retorno será em abril de 2017.

Mas não é no belo espetáculo que este cometa pode nos proporcionar no céu que estamos interessados no momento.

Que os cometas possuem água já era sabido. Também sabíamos que parte da água encontrada na Terra tem como origem os cometas – cerca de 10%. O restante, a maior parte, viria dos asteroides. Mas como teria surgido a água dos oceanos? Os cometas poderiam ser a fonte?

A pesquisa divulgada nesta semana, na revista Nature, mostra que o cometa em questão possui, na sua composição, água igual à dos oceanos terrestres. Isso pode ser comprovado na relação entre as quantidades de deutério e de hidrogênio encontrada neste cometa, muito semelhante à encontrada nos nossos oceanos.

Caminhamos a passos largos para compreender melhor a complexa dinâmica da origem do Sistema Solar. O mistério da água na Terra está próximo a ser desvendado. Mas, e a vida? Será que também veio do espaço?

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Telescópio registra estrela gigante mil vezes maior que o Sol

 

 

O Observatório Europeu do Sul (ESO) apresentou uma imagem de uma estrela hipergigante, a IRAS 17163-3907, com grande nitidez.

Geralmente, este tipo de estrela é difícil de se observar no comprimento de onda visível, pois está sempre envolta por matéria expelida pela própria estrela. Observa-se bem melhor no infravermelho. Sua configuração lembra a de um ovo frito (usando bastante a nossa imaginação).

Quando uma estrela nasce com muita massa, dezenas de vezes a do Sol, ela é classificada como hipergigante. Poucas são encontradas nessa categoria. Isso ocorre porque a grande quantidade de massa exige que a estrela produza bastante energia para compensar a força gravitacional que tende a comprimi-la. Como consequência, a estrela vive pouco, alguns milhões de anos no máximo. Em nossa galáxia, com 200 bilhões de estrelas, só conhecemos algumas dezenas delas.

Esse tipo de estrela passa por estágios violentos de expulsão de matéria ao longo de sua vida, como está previsto nas teorias de evolução estelar, formando uma camada que engloba toda a estrela e avança para o espaço. Mas o seu fim será ainda mais espetacular. Espera-se para breve (pelo menos em termos astronômicos) um show pirotécnico celestial. Conhecido como supernova, este fenômeno é um dos mais espetaculares eventos já registrados, liberando a energia de bilhões de sóis em instantes. Por sorte a  IRAS 17163-3907 está a uma distância segura: 13.000 anos-luz.

Os astrônomos agora ficam ansiosos para poder observar a supernova e melhorar suas teorias de evolução estelar além, claro, de contemplar este maravilhoso e raro fenômeno em nossa galáxia!

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Queda de satélite aumenta preocupação com lixo espacial

Nesta semana um grande objeto cairá na Terra (o satélite UARS) com cerca de 6 toneladas. E não se sabe ao certo onde será o impacto. Para nossa sorte, a maior parte da superfície da Terra é coberta de água e são grandes as chances deste satélite cair em algum oceano, segundo as previsões das agências norte-americana e russa. A chance de que o satélite atinja uma pessoa também é muito pequena: cerca de 3.200 para 1.

A quantidade de objetos em órbita da Terra já passa de milhares. Eles já ameaçam o lançamento de naves para, por exemplo, levar astronautas para a Estação Espacial Internacional. E o problema maior está no lixo espacial. São restos de satélites que se desprenderam ou peças perdidas nas caminhadas espaciais. É um grande risco para os satélites que estão em órbita. Somos muito dependentes destes satélites, na área de comunicação, previsão do tempo etc.

Existem diversos projetos para recolher os pedaços deixados no espaço, mas até agora nenhum foi colocado em prática, ainda mais agora com uma crise global em andamento, o que diminui os investimentos na área espacial por parte dos governos. Os satélites fora de atividade, como é o caso do UARS, que não são mais controlados para cair em algum lugar seguro, podem causar sérios danos em outros satélites em órbita se houver uma colisão.  O tempo passa e os riscos aumentam. Precisamos acelerar estes projetos para minimizar os riscos futuros

Todas as noites, principalmente em lugares sem poluição luminosa, podemos observar vários objetos em rota de colisão com a superfície terrestre. Esses objetos são os meteoros, popularmente conhecidos como estrelas cadentes. Por sorte, são, na maioria, pequenos pedaços de rocha, ou mesmo poeira, que, ao entrar na atmosfera, são destruídos, desintegrados pelo calor.

O problema está nos grandes pedaços. Dependendo da sua constituição, estes grandes objetos podem atravessar a atmosfera e se chocar com o solo. São os meteoritos. Esses já não são tão comuns como na formação do planeta Terra. Mas o risco de uma grande rocha se chocar com o nosso planeta existe. Ele é bem pequeno e pode acontecer num período de milhares de anos.

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Extinção dos dinossauros

Há 65 milhões de anos os dinossauros foram extintos. Disso ninguém duvida, é claro. Mas qual foi a razão para tal acontecimento? Seria a queda de asteroides na Terra? Algum fenômeno terrestre?

Mesmo com a notícia que a NASA publicou na segunda, através dos estudos da sonda WISE (em inglês. Veja também no portal Terra) a teoria de que os dinossauros foram extintos por asteroides não fica inválida. Esta sonda, estudou o céu no comprimento de onda do infravermelho e descartou a família de asteroides que até então se pensava que teria provocado uma chuva de detritos na Terra.

Mas então, por que continuar a levar em conta essa teoria? Temos um grande motivo para isso. No México, mais precisamente na península de Yucatã, encontra-se uma cratera de impacto de dimensões gigantescas (cratera de Chicxlub). Com cerca de 180 quilômetros de diâmetro, ela é considerada a prova mais irrefutável de que a Terra sofreu um forte impacto há aproximadamente 65 milhões de anos. Foram encontrados materiais formados em impactos de objetos vindos do espaço. E nesta época os dinossauros foram extintos.

Uma colisão com um grande asteroide (como o do México, com pelo menos 10 quilômetros de diâmetro) levanta muita poeira que engloba a Terra e não permite a passagem da luz do Sol. Isso faz com que as plantas morram e os animais, principalmente os grandes como os dinossauros, por consequência.

Mas, se o choque de um ou mais asteroides não foi o único fenômeno responsável pela extinção quase total da vida na Terra, pelo menos sua contribuição foi determinante. Precisamos agora saber qual a origem destes corpos celestes. A busca continua.