Usamos cookies em nosso site para lhe dar a experiência mais relevante, lembrando suas preferências e repetindo visitas. Ao clicar em "Aceitar tudo", você concorda com o uso de TODOS os cookies. No entanto, você pode visitar "Configurações de cookies" para fornecer um consentimento controlado.

Visão geral da privacidade

Este site usa cookies para melhorar sua experiência enquanto você navega pelo site. Destes, os cookies categorizados conforme necessário são armazenados no seu navegador, pois são essenciais para o funcionamento das funcionalidades básicas do site. T...

Sempre ativado

Os cookies necessários são absolutamente essenciais para que o site funcione corretamente. Esta categoria inclui apenas cookies que garantem funcionalidades básicas e recursos de segurança do site. Esses cookies não armazenam nenhuma informação pessoal.

Quaisquer cookies que podem não ser particularmente necessários para o funcionamento do site e são usados especificamente para coletar dados pessoais do usuário através de análises, anúncios, outros conteúdos incorporados são denominados como cookies não necessários. É obrigatório obter o consentimento do usuário antes de executar esses cookies em seu site.

Anel em pequenos corpos

 

Figura 1 – Curva de Luz da estrela UCAC4 248-108672 durante a ocultação pelo asteroide Chariklo. (Crédito: ESO)

 

Enormes, com muita massa e um número grande de luas, os planetas gasosos destacam-se também pela presença de anéis ao seu redor. O único conjunto de anéis notado da Terra, por pequenos telescópios, é o do planeta Saturno. No entanto as sondas espaciais que visitam estes planetas nos últimos 30 anos confirmaram a presença desta estrutura em todos eles.

 

A própria Terra já possuiu, logo no início de sua formação, um anel causado pela colisão com um planetesimal (termo usado em astronomia para designar planeta em formação) cujas dimensões assemelhavam-se a de Marte. O material da crosta terrestre ejetado pelo choque ficou vagando em órbita formando um pequeno anel que, posteriormente, uniu-se formando nossa Lua.

 

De acordo com a amostra que tínhamos até agora, apenas corpos com grande massa possuíam anéis. Esta ideia mudou após a observação da ocultação de uma estrela pelo asteroide Chariklo. Este pequeno objeto, de apenas 250km, pertence à classe de asteroides Centauro, cuja característica principal é apresentar órbitas instáveis e deslocarem-se entre os planetas gigantes. Especula-se, devido às suas características muito diferentes dos objetos do cinturão de asteroides, localizado entre os planetas Marte e Júpiter, que os Centauros tenham a sua origem no Cinturão de Kuiper, situado após o planeta Netuno (Saiba mais).

 

Capitaneada pelo brasileiro Felipe Braga-Ribas (Observatório Nacional/MCTI), uma equipe de astrônomos, em sete telescópios diferentes, fizeram a curva de luz da estrela UCAC4 248-108672 durante a ocultação pelo asteroide, ou seja, estudou como a luminosidade da estrela se comportava durante a passagem do asteroide na frente da estrela, o que aconteceu no dia 3 de junho de 2013. O resultado pode ser observado no gráfico abaixo:

Observa-se no gráfico acima duas pequenas quedas na luminosidade da estrela antes e depois do fenômeno principal, que é a ocultação propriamente dita. Note que as quedas no fluxo luminoso da estrela ocorrem no mesmo intervalo e com a mesma intensidade, indicando a presença de objetos diametralmente opostos ao asteroide.

Veja a evolução da curva de luz durante a ocultação clicando aqui.
A cooperação com outros observatórios permitiu que diversas características do anel pudessem ser obtidas, como por exemplo: a espessura, a orientação e a forma deste.
Figura 2 – Contribuição e localização dos diversos observatórios. (Crédito: Nature)

 

Com dois anéis de espessuras de sete e três quilômetros, e um intervalo entre eles de nove quilômetros, o sistema de anéis encontrado pelos pesquisadores é único, até agora, em um corpo de pequenas dimensões. Os anéis foram denominados Oiapoque e Chuí, informalmente, pois quem faz as denominações oficiais é o Centro de Planetas Menores da União Astronômica Internacional.

 

 

Como disse Braga-Ribas: “Não estávamos à procura de anéis, nem pensávamos que pequenos corpos como o Chariklo os poderiam ter, por isso esta descoberta – e a quantidade extraordinária de detalhes que obtivemos do sistema – foi para nós uma grande surpresa!”.

 

Figura 3 – Concepção artística do asteroide Chariklo e seu sistema de anéis. (Crédito: ESO)

 

A hipótese formulada para tentar explicar a presença de anéis é semelhante à da formação de nossa Lua: uma colisão com outro objeto lançou fragmentos para o espaço, e estes ficaram aprisionados pela gravidade do objeto.

 

Braga-Ribas sugere a presença de pelo menos uma lua ao redor do asteroide que esteja ordenando a forma do anel, como as luas pastoras que se encontram entre os anéis de Saturno, e que o material do anel, formado possivelmente de rocha e gelo, possa no futuro formar uma ou mais luas.

 

Esta semana está sendo bem movimentada para as pesquisas sobre o sistema Solar. Além da descoberta de anéis ao redor de um asteroide, um novo planeta-não foi incluído em nossa lista de objetos (falaremos sobre ele em outro artigo).

 

Desejamos sucesso para o Felipe Braga-Ribas e toda a sua equipe, esperado ansiosamente por novas descobertas.

Deixei um comentário

Resposta

Your email address will not be published. Required fields are marked *